Ladrões atribuem “decisão política” ao saque
Acostumados a roubarem terra ao longo dos anos, soldados israelenses assaltaram ao menos 200 milhões de shekels (US$ 54,29 milhões) neste domingo (11) do Banco da Palestina, no bairro de Al-Rimas, na cidade de Gaza.
Conforme o jornal israelense Maariv, funcionários israelenses declararam que os recursos estavam destinados à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O porta-voz militar de Israel admitiu o milionário saque e disse que foi um passo “decidido em nível político”. Na maior desfaçatez, acrescentou que a “missão ” teve por objetivo evitar que o dinheiro chegasse ao Movimento de Resistência Islâmica Palestina (Hamás).
Apesar da decisão provisória do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) em janeiro passado, o governo de Benjamin Netanyahu continua a sua ofensiva genocida na Faixa de Gaza, onde já foram assassinados mais de 28.300 palestinos – a maioria mulheres e crianças -, e outros 67.784 ficaram feridos.
POLÍTICA DE TERRA ARRASADA JÁ DESLOCOU 85% DA POPULAÇÃO
A política de terra arrasada israelense deslocou internamente 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza para Rafah devido à grave escassez de alimentos, água potável, energia e medicamentos. Levantamentos da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que 60% da infraestrutura do maior campo de concentração do mundo já se encontra danificada ou destruída. A situação mais grave é praticamente a demolição dos hospitais, escolhidos como alvo preferenciais pelos sionistas.
Desde o começo da nova onda de ataques a Gaza, o exército israelense vem sendo denunciado por se apropriar de valiosos patrimônios, objetos de coleção e propriedades de habitantes de Gaza. A prática criminosa não ficou restrita a Gaza, mas também foram registrados terríveis roubos nos assentamentos entre os próprios israelenses.
Em meados de dezembro, o jornal Times of Israel publicou que ativistas apoiadores de aldeias palestinas na Cisjordânia informaram que vários colonos foram espancados e tiveram seus bens roubados numa operação levada a cabo por “colonos vestidos com uniformes militares”. O mesmo jornal assinalou que dezenas de soldados da reserva também atacaram a pequena aldeia palestina de Khallet al-Dabaa, ao sul de Hebron, causando graves danos a residências, além de roubar dispositivos eletrônicos, ferramentas de trabalho e quantias de dinheiro.
Imagens e gravações de vídeo mostraram casas destruídas, janelas quebradas e portas danificadas, sacos de farinha rasgados e pertences espalhados, enquanto ativistas confirmaram os espancamentos.