
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autoexilado nos EUA, não move uma palha em defesa dos seus compatriotas, vítimas do seu guru Donald Trump
Coletivo de organizações que representam a comunidade brasileira nos Estados Unidos e 3 deputados brasileiros no Estado de Massachusetts publicaram carta, na última sexta-feira (6), em que pedem ajuda ao governo brasileiro, e citam violações de direitos humanos contra imigrantes, em meio a relatos de detenções sem mandados judiciais, uso de algemas em crianças e clima de medo e intimidação.
A comunidade brasileira se mobiliza para denunciar o aumento da violência contra imigrantes. Em coletiva de imprensa realizada, na quarta-feira (11), em Boston, entidades que representam os imigrantes anunciaram o envio de carta ao governo Lula (PT), em que alertam que os brasileiros estão sendo “caçados como animais” e pedem medidas urgentes.
As informações são de Jamil Chade, do UOL.
Esta é a segunda mobilização organizada em que grupos brasileiros pedem ajuda a Lula.
“Apesar das declarações da nova administração de que estaria focando em deportações de pessoas com antecedentes criminais, o que se observa na prática é uma onda crescente, intensa e violenta de prisões”, está escrito no texto.
TERROR CONTRA IMIGRANTES
“Agentes mascarados têm prendido brasileiros sem mandado judicial, com longos atrasos de 3, 5 ou mais dias até que a pessoa apareça no sistema de custódia do ICE [Sistema On-line Para Localização de Detentos], em português livre”, acrescenta-se na carta.
E segue: “Muitos são enviados para centros de detenção em outros Estados, dificultando o apoio jurídico e humanitário oferecido por suas famílias e comunidades”.
DEMANDAS CONTIDAS NA CARTA
As entidades sugerem que o governo brasileiro tome medidas como:
· Ampliar a capacidade consular, especialmente para emissão de documentos;
· Oferecer assistência emergencial às famílias que desejam retornar ao Brasil;
· Realizar audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; e
· Estabelecer canal permanente de diálogo com a Embaixada do Brasil nos EUA.
‘IMIGRAR É UM DIREITO HUMANO’
O texto ressalta ainda que “é fundamental lembrar que estar fora do status migratório não é crime segundo a lei federal dos Estados Unidos. Imigrar não é crime. Imigrar é um direito humano. Todos os imigrantes têm direito às proteções delineadas na Constituição dos Estados Unidos”.
“Nas últimas semanas, aumentaram ainda os casos de violência e da chamada “tortura branca”: pessoas algemadas são colocadas em vans por até 12 horas, sem saber para onde estão sendo levadas, com alimentação, água e cuidados básicos racionados. Há também relatos de crianças sendo algemadas”, denuncia o coletivo.
“CRISE HUMANITÁRIA”
O documento é assinado pelos deputados, que representam o Estado de Massachusetts, Priscila Sousa, do partido Democrata; Rita A. Mendes, representante Estadual; e Danillo A. Senna.
E ainda e pelas organizações Brazilian Worker Center, Grupo Mulher Brasileira, Brazilian American Center, Instituto Diáspora Brasil, Brazilian Resources Center, Source Hub, New England, Community Center, Brazilian-American Center, Defend Democracy Brazil, Florida Immigrant Coalition.
Reparem que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autoexilado nos EUA, não aparece como alguém que poderia ajudar essas pessoas, afinal ele é brasileiro e autoridade no Brasil. Mas o deputado não está nem aí para os compatriotas nos EUA.
Ele só pensa em sabotar o Brasil, com as chamadas fake news, de que o País vive “ditadura do STF”, como os bolsonaristas se referem às ações do Supremo para confrontar a tentativa de golpe de Estado liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
COMUNIDADE BRASILEIRA NOS EUA
A comunidade brasileira nos EUA soma mais de 2 milhões de pessoas. Dessas, 57% são imigrantes em situação migratória vulnerável — com visto temporário, residência permanente ou fora do status, ou seja, sem cidadania estadunidense.
Na semana passada, o caso do estudante brasileiro Marcelo Gomes, 18 anos, mobilizou autoridades e moradores locais. Ele foi solto na última quinta-feira (5), após 6 dias detido por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas.
A governadora de Massachusetts, a democrata Maura Healey, chegou a gravar vídeo nas redes sociais em que pedia a libertação do estudante, enquanto centenas de pessoas protestavam nas ruas em apoio ao jovem.
PRESO À VÉSPERA DA FORMATURA
Aluno do ensino médio na Milford High School, Marcelo foi detido dia 31 de maio, num sábado, enquanto dirigia a caminho do treino de vôlei com outros 3 colegas.
Os agentes questionaram a documentação de todos e levaram apenas Gomes, que dirigia o veículo e é imigrante em situação irregular. Leia matéria completa em “Milícia de Trump prende brasileiro de 18 anos um dia antes da formatura, e gera revolta”.
“Ele está aqui há 13 anos. Isso é tudo o que ele conhece. Milford e Massachusetts é tudo o que ele conhece”, disse Ana Julia Araujo, prima de Gomes.
“É de partir o coração. O Marcelo é uma pessoa tão gentil e acho que é a última pessoa com quem isso deveria acontecer. Os irmãos dele são tão pequenos, que estão se perguntando se algum dia o verão novamente”.
Em entrevista à imprensa local, a namorada do brasileiro, Julianys Rentas, informou que ele foi acorrentado nos tornozelos e nos pulsos.
“Ele está em uma cela com outros 30 homens. Ele é o único jovem de 18 anos lá, é o mais novo. Ele não é um criminoso. Ele é um membro desta comunidade e nunca fez nada de errado”, disse ela.
AÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO
O governo brasileiro tem respondido às políticas de imigração dos EUA com combinação de ações diplomáticas e medidas internas.
Diplomaticamente, o governo tem cobrado explicações e tratamento digno aos brasileiros deportados, e tem defendido o cumprimento dos acordos internacionais sobre direitos humanos.
Internamente, o governo tem trabalhado para garantir acolhimento e assistência aos deportados, além de promover a conscientização sobre a importância do respeito aos direitos dos imigrantes.
EXPLICAÇÕES E DIREITOS HUMANOS
O Itamaraty tem convocado representantes dos EUA para cobrar explicações sobre o tratamento dispensado aos brasileiros deportados, incluindo o uso de algemas e correntes e as condições precárias dos voos de repatriação.
E ainda tem defendido que os brasileiros deportados sejam tratados com dignidade e respeito, de acordo com os princípios de direitos humanos.
Ao mesmo tempo, a PF (Polícia Federal) monitora as deportações e garantido o acolhimento dos brasileiros repatriados no Brasil, oferecendo assistência e suporte.