
A sonda espacial chinesa Chang’e 4 pousou nesta quinta-feira (3) no lado oculto da Lua, a parte que não é visível da Terra. O lado escuro não é visível pois a Lua está em rotação sincronizada com a Terra.
Segundo a Administração Nacional Espacial da China, é a primeira vez na história que este pouso é realizado. As informações são das agências de notícias EFE, Associated Press, e da Rede Global de Televisão da China (CGTN, em inglês).
A alunagem [aterrissagem na superfície lunar], realizada às 0h26 (horário de Brasília), “abriu um novo capítulo na exploração humana da Lua”, afirmou a agência espacial chinesa. O local exato do pouso foi a cratera Von Karman, no polo sul lunar, que tem 186 quilômetros de diâmetro e 13 quilômetros de profundidade.
Por estar no lado oculto da Lua, a sonda não poderá se comunicar diretamente com a Terra. Para solucionar esse problema, o satélite chinês Queqiao será responsável pela transmissão dos sinais entre a Terra e o Chang’e-4.
A primeira imagem a ser registrada da região lunar foi capturada em 7 de outubro de 1959 pela estação soviética Luna-3, mas até hoje nenhuma espaçonave da Terra havia chegado até lá. Em 1962, os Estados Unidos tentaram enviar uma missão não tripulada ao lado oculto da Lua, mas não deu certo, segundo a EFE.
Com a missão, a China se coloca em destaque na corrida espacial. Objetivo é estudar a composição dessa parte do satélite, que não pode ser vista da Terra.
A nave, que tem um módulo e um ‘rover’ – veículo de exploração espacial – deve estudar a composição mineral, o terreno, relevo e a manta da superfície lunar – a camada abaixo da superfície. Também deve realizar observações astronômicas por meio de baixas frequências de rádio, a chamada radioastronomia.
“O lado oculto da Lua é um raro lugar calmo, que está livre da interferência de sinais de rádio vindos da Terra”, afirmou o porta-voz da missão, Yu Gobin, segundo a agência de notícias estatal Xinhua News. “Essa sonda pode preencher o vazio de observação de baixa frequência na radioastronomia, e irá fornecer informações importantes para estudar a origem das estrelas e da evolução da nébula [solar]”.
A Chang’e 4 foi lançada no dia 8 de dezembro do ano passado pelo foguete Long March 3B, do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan. Quatro dias mais tarde, a sonda entrou na órbita lunar. As comunicações entre a sonda e a Terra são possíveis graças a um satélite, Queqiao, posto em órbita em maio de 2017.
O objetivo do programa Chang’e, que começou com o lançamento de uma primeira sonda orbital em 2007, é uma missão tripulada à Lua a longo prazo, ainda sem data definida. A primeira missão espacial tripulada da China foi em 2003 — o terceiro país a realizar uma depois de Rússia e Estados Unidos. O país também colocou duas estações espaciais em órbita e planeja lançar um ‘rover’ em Marte no meio da década de 2020.
Em 2013, a Chang’e 3, a nave predecessora da missão atual, fez o primeiro pouso na Lua desde a Luna 24, lançada pela União Soviética em 1976.
“O sonho do espaço é parte do sonho de tornar a China mais forte”, afirmou o presidente Xi Jinping em 2013, pouco depois de assumir a Presidência.
O local exato do pouso foi a cratera Von Karman… como tem nome se nunca foi vista a parte escura da lua?
Pelo amor de Deus, leitor, onde é que você andou nos últimos anos? A face oculta da Lua foi mapeada pelo Programa Luna, da URSS, desde 1959, e pelo Programa Lunar Orbiter, desde 1966. Desde 1968, que toda a Lua, inclusive sua face oculta, está mapeada. O que não fora feito ainda foi pousar na face oculta. O que foi feito agora, pelos chineses. Quanto à face clara, em frente à Terra, a primeira a chegar à Lua foi a sonda soviética Luna 2, em 12 de setembro de 1959.