O crescimento da oposição aos acordos em proposição pelo governo inglês que negocia com a União Europeia para estabelecer a saída inglesa do bloco está esvaziando o governo de Theresa May.
Logo depois da renúncia de David Davis, chefe do grupo negociador do Brexit (afastamento da Inglaterra da União Europeia), foi a vez de Boris Johnson, ex-prefeito de Londres e secretário (equivalente a ministro) de Assuntos do Exterior, deixar o governo minutos antes do final do domingo.
A mais recente crise do governo de Theresa May, pode levá-la a arrumar as malas e sair do seu posto e da residência oficial do cargo de premiê, em Downing Street, através de um voto de desconfiança (votação que evidenciaria a inexistência de apoio majoritário a sua posição).
Ele seguiu o ministro específico para o assunto do Brexit, Steve Baker. Só que a saída de Boris Johnson, foi um choque mais duro de superação de May porque veio acompanhada de uma carta de renúncia demolidora:
Diz ela que o “Brexit deveria ser sobre oportunidade e esperança. Deveria ser uma chance para fazer as coisas de forma diferente, ágil e dinâmica, e de maximizar as vantagens particulares do Reino Unido como aberto, voltado para fora mirando a economia global”, ou seja, uma oposição à sumissão da Inglaterra à União Europeia, mas nos mesmos marcos neoliberais.
Seja como for, não deixa de ser veraz a denúncia de capachismo explícito que Boris Johnson denuncia: “O sonho está morrendo, sufocado por dúvidas desnecessárias”.
Segundo ele, o que May propõe é um semi-Brexit, com “amplas partes da economia inglesa ainda trancadas no sistema da União Europeia” (que, como temos visto nos casos da Grécia e Itália, toma dos países associados as rédeas da economia). Por isso, “não teremos condições de fazer nossas próprias leis”.
A esse respeito, “nós estamos em vias de caminharmos para o status de colônia”, prossegue, denunciando que a equipe que negociou sob o comando de May agiu como “quem manda seu pelotão de vanguarda ao campo de batalha com bandeiras brancas tremulando sobre suas cabeças”.