No próximo dia 2 de dezembro, tomará posse na presidência da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) Sônia Zerino, operária têxtil nordestina, do Rio Grande do Norte. Sônia sucede a Moacyr Auersvald, ex-presidente da Contratuh (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade).
Para Zerino, “assumir a presidência de uma entidade do porte, da relevância da Nova Central, representa um marco significativo não apenas para mim, mas para a representatividade feminina no mais alto escalão do movimento sindical brasileiro”.
“É com coração cheio de responsabilidade que aceitei este desafio. Ser a primeira mulher a conduzir os destinos desta respeitada Central, fundada pelo nosso mestre e eterno presidente, José Calixto Ramos, com quem aprendi muito, é um orgulho”.
A Nova Central Sindical dos Trabalhadores congrega as principais confederações do país, possui mais de 1.000 sindicatos filiados e tem sua raiz mais profunda no nacionalismo getulista.
Sônia assume num momento de crise do movimento sindical. Segundo o PNAD, em 2012, 16,1% dos trabalhadores eram sindicalizados. Hoje esse número caiu para 8,9%. “O obstáculo mesmo à sindicalização é a desindustrialização do país. O declínio da indústria é o fator principal, pois foi no chão de fábrica onde o sindicalismo mais se desenvolveu”, afirma.
Conforme a líder sindical, “a ascensão da economia de serviço, de plataformas, dos aplicativos, da pejotização, do chamado empreendedorismo e do trabalho intermitente estão mudando o perfil da classe trabalhadora, mas também o perfil da nação brasileira”.
Em suma, para a sindicalista, “essa crise resulta do cenário da política neoliberal, dos juros absurdos, do Estado mínimo, do salário mínimo indecente, que juntos formam um desafio a ser enfrentado. E o movimento sindical precisa urgentemente retomar e intensificar o trabalho de base para recuperar a relevância, a representatividade e a capacidade de mobilização das categorias”.
Na avaliação de Sônia, cabe ao movimento sindical, nesse momento de instabilidade social no país, cumprir seu papel. Negociar reajustes salariais contra o arrocho, para que os trabalhadores possam fortalecer o mercado interno e o aumentar o consumo. Isso é uma parte significativa da demanda. É um motor essencial para o crescimento do PIB brasileiro.
Para a ativista, a Nova Central dará prioridade a redução das desigualdades estruturais, culturais e econômicas que persistem no mercado de trabalho, com a defesa da implementação da lei da igualdade salarial (lei número 14112/) e outros mecanismos legais que proíbem diferença de salários e critérios de admissão por motivo de gênero.











