O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (8), a prorrogação da quarentena até 31 de maio, sem flexibilização, em todos os 645 municípios do estado. As medidas de isolamento teriam validade até este domingo, 10.
A previsão do governo era a de iniciar um processo de retomada das atividades a partir da próxima segunda-feira, 11, mas o plano precisou ser revisto por conta da expansão no número de casos confirmados e mortes em decorrência do novo coronavírus.
“Gostaria de dar hoje um recado diferente, mas o cenário é desolador. Teremos que ampliar a quarentena até 31 de maio”, disse o governador em entrevista coletiva. “Estamos todos atravessando o pior momento dessa pandemia. Só não percebe aqueles que estão cegos pelo ódio ou pela ambição pessoal”, afirmou Doria criticando Bolsonaro.
Segundo o secretário de Saúde, José Henrique Germann, as baixas taxas de isolamento registradas nos últimos dias, que estão em média constante de 47%, contribuíram fortemente causaram a expansão da doença no estado e a necessidade de prorrogar as medidas de distanciamento.
“A prorrogação da quarentena deve estar acompanhada da nossa taxa de isolamento, que deve estar entre 55% e 60%”, disse Germann.
FALTA DE APOIO
Doria reclamou da falta de apoio financeiro do governo federal para as medidas de combate à pandemia e disse que, se o Ministério da Saúde não enviar recursos para a abertura de leitos, equipamentos de proteção individual e respiradores, o Estado “tomará as medidas necessárias”.
O governador disse que, no começo da semana passada, o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, reuniu-se virtualmente com o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, mas até agora não foram repassados recursos ao Estado.
“Ficaram claras as nossas demandas. Quero lembrar a todos que o epicentro dessa pandemia é São Paulo. Não é questão política, mas de saúde pública.”
Educadamente, Doria afirmou que se os recursos não forem repassados para compra de EPIs, respiradores e ampliação de leitos de UTI, as medidas cabíveis serão tomadas para garantir que o dinheiro chegue ao estado epicentro do coronavírus no país.