A forte chuva que caiu sobre São Paulo entre a tarde e a noite desta terça-feira (20) acabou terminando com três mortes na capital paulista, sendo uma criança, um adulto e uma idosa. Mais de mil pessoas ficaram desabrigadas após o temporal.
Na favela Água Branca, na zona oeste, o desabamento de barracos causou a morte da menina Sofia Gomes, de 1 ano. A criança estava dentro do barraco com a avó e a mãe. Na hora da chuva, o piso cedeu e ela caiu no córrego. “Deixei ela em cima da cama, quando corri para pegar, ela afundou, meu Deus do céu!”, disse Palema Gomes, mãe de Sofia.
Na zona norte, no bairro do Limão, uma senhora idosa de 85 anos morreu após sua casa desabar devido a forte chuva. Outras duas pessoas ficaram feridas no local.
Na quarta-feira de manhã, o vigilante Gerson de Santana, 43 anos, morreu ao ser atingido por uma árvore de grande porte enquanto trabalhava, em Pinheiros. Ele foi socorrido e levado ao Hospital das Clínicas, porém não resistiu aos ferimentos.
CORTES
A chuva da última terça-feira não pode ser a única responsável pela situação caótica que a cidade ficou. Dezenas de faróis deixaram de funcionar e ao menos 26 pontos de alagamento foram registrados.
Em março do ano passado, há exatamente 1 ano, o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), deslocou R$ 30 milhões de verbas destinadas ao combate de enchentes e construção de uma ponte e terminais de ônibus para o orçamento da Secretaria de Desestatização e Parcerias, pasta que foi criada por Dória para “acelerar” as privatizações do patrimônio dos paulistanos.
À época, a prefeitura afirmou que o desvio não prejudicaria o combate às enchentes e chegou a anunciar um “programa” de combate aos alagamentos.
Como todos os outros programas da gestão, não passou de enrolação. Já no final do ano de 2017, às vésperas inicio do período chuva, a gestão tucana só gastou 21% do previsto no ano para drenagem em São Paulo. Foi gasto somente R$ 172 milhões de R$ 837 milhões. Das principais áreas da administração municipal, esta é a que ostenta maior percentual de verba congelada.
Antes de ser eleito, o discurso de João Dória sobre a questão das chuvas e alagamentos era o seguinte: “A cada córrego, que nós vamos fazer a revitalização, depois de revitalizá-lo, canalizá-lo, vamos fazer parques lineares. Sobre eles, teremos parques lineares, com quadras poliesportivas, árvores, bancos, lixeiras”.
Depois de eleito, após as falsas promessas, a atual prefeitura da capital paulista não parece preocupada com o tema. O prefeito inclusive já disse que abrirá a mão do cargo para disputar a vaga de governador do estado.