O famoso cientista britânico Stephen Hawking morreu na madrugada da quarta-feira, aos 76 anos, na sua casa em Cambridge. Em um comunicado, seus filhos Hawking, Lucy, Robert e Tim declaram estar “profundamente tristes” pela partida de seu “amado pai”, “grande cientista e homem extraordinário, cujo trabalho e legado vão perdurar por muitos anos”. “Sua coragem e persistência, junto com seu brilho e humor, inspiraram pessoas em todo o mundo. Sentiremos sua falta para sempre”, sublinharam.
Hawking sempre se manifestou publicamente contra a política belicista dos EUA e da Inglaterra, participando de manifestações em favor da soberania dos povos do Vietnã e do Iraque. Contra os governos de Bush e Blair, numa manifestação em novembro de 2004, em Londres, denunciava: “Cerca de 100 mil pessoas já morreram, a metade delas mulheres e crianças. Se isso não é um crime de guerra, o que é?” As tropas comandadas pelos EUA só se retiraram do Iraque em dezembro de 2011, deixando um rastro de centenas de milhares de mortos.
No mesmo sentido assumiu posição contra a ocupação dos territórios palestinos por Israel, cuja política sionista criticou abertamente. Após o bombardeio de Gaza, em 2009, participou ativamente da campanha de boicote acadêmico a Israel e, em 2013, entre outras manifestações públicas, se negou a participar de uma conferência universitária em Telavive. “A política do governo israelense conduz ao desastre”, alertou na ocasião.
Via na injusta concentração da economia e de poder do sistema capitalista o motor da crescente desigualdade: “os donos das máquinas se posicionarão como a burguesia de uma nova era, na qual suas corporações não proverão de postos de trabalho as pessoas”. “Se as máquinas produzem tudo o que necessitamos, o resultado dependerá de como se distribuem as coisas. Todo mundo poderá desfrutar de uma vida de luxo, ociosa, se a riqueza produzida pelas máquinas é compartilhada, ou a maioria das pessoas pode acabar miseravelmente pobre se os proprietárias das máquinas pressionam com êxito contra a redistribuição da riqueza”, frisou.
Nasceu no dia 8 de janeiro de 1942 em Oxford (Inglaterra), onde se graduou na universidade em 1962. Em 1963 lhe diagnosticaram esclerose lateral amiotrófica (ELA) e os doutores lhe deram somente dois anos de vida. Apesar disso, conseguiu obter seu doutorado em Física na Universidade de Cambridge em 1966, convertendo-se em um dos físicos teóricos mais brilhantes desde Albert Einstein, além de astrofísico, cosmólogo e divulgador científico.
Sua esclerose rara o tinha completamente paralisado, fazendo com que para se comunicar necessitasse utilizar um sintetizador de voz que construía palavras através da contração voluntária de uma de suas faces, enquanto que sua cadeira de rodas era controlada por um comando que manejava através de leves movimentos dos olhos e da cabeça.
L.W.S.