Deputada, aliada de Jair Bolsonaro, foi denunciada pela PGR; plenário do STF ainda vai analisar se recebe a denúncia. Ela perseguiu de arma em punho em vias públicas homem negro depois de discutir com ele
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu, na sexta-feira (3), inquérito contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) por porte ilegal de arma de fogo.
O ministro atendeu ao pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que na semana passada denunciou a parlamentar.
O caso diz respeito ao episódio em que Zambelli apontou a arma dela para homem negro, o jornalista Luan Araújo, em rua movimentada de classe média de São Paulo, em outubro, às vésperas das eleições, em segundo turno.
No fim do ano passado, Zambelli entregou uma pistola à PF (Polícia Federal), por determinação do ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF.
Depois, no início de janeiro, a PF realizou operação de busca e apreensão em endereços da deputada, em São Paulo, e em Brasília, e apreendeu mais três armas.
ENTENDA O CASO
O fato ocorreu em 29 de outubro de 2022, um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais. Inclusive, até o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a derrota dele a Zambelli, pela ação destrambelhada e criminosa. Quem planta Zambelli, colhe destruição. Nesse caso, ainda bem.
Zambelli, apoiadora do ex-presidente Bolsonaro, discutiu com um simpatizante do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma rua de São Paulo.
Veja:
Em determinado momento do bate-boca, ela sacou um revólver e, com o segurança dela, perseguiu o Luan Araújo pelas ruas da cidade.
Quando Luan entrou em um estabelecimento comercial, Zambelli, com a arma apontada para ele, mandou que ele se deitasse no chão e o coagiu a pedir desculpa.
INVESTIGAÇÃO E DENÚNCIA
No fim de janeiro, a PGR apresentou denúncia contra Zambelli em razão da perseguição armada. A denúncia representa acusação formal do Ministério Público contra a deputada na Justiça.
Se a denúncia for recebida pelo Supremo, Zambelli vai se tornar ré e terá de responder à ação penal.
Durante o procedimento, a deputada poderá apresentar defesa e o processo vai passar por coleta de provas, antes do julgamento final.
Em nota enviada depois da denúncia apresentada pela PGR, a assessoria da deputada informou que a defesa dela vai ser apresentada no prazo legal com o decorrer do processo.
M. V.