O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) devem mostrar seus investimentos em publicidade feitos nas redes sociais.
Moraes, que é relator do inquérito das fake news no Supremo, suspeita que o governo Bolsonaro possa estar pagando publicidades em sites blogs e páginas nas redes sociais de pessoas que propagam fake news.
Segundo apuração feita pela TV Globo, a Caixa responderá ao ministro que não pratica a chamada mídia programática, com a qual se compra espaço segmentado nas redes sociais.
O inquérito das fake news investiga o financiamento, a produção e a disseminação de notícias falsas e ataques às instituições democráticas. O avanço do inquérito identificou a “possível existência de uso organizado de ferramentas de informática, notadamente contas em redes sociais, para criar, divulgar e disseminar informações falsas ou aptas a lesar as instituições do Estado de Direito, notadamente o Supremo”.
Sites e contas nas redes sociais, geralmente bolsonaristas, fazem publicações “com conteúdo de ódio, subversão e de incentivo à quebra da normalidade institucional democrática”.
Na semana passada, perfis e páginas no Facebook e Twitter foram derrubados por determinação de Alexandre de Moraes.
Entre os perfis bloqueados estão o do presidente do PTB, Roberto Jefferson; dos empresários Luciano Hang, Edgard Corona, Otávio Fakhoury e Bernardo Küster; do blogueiro Allan dos Santos; da extremista Sara Giromini; e de Edson Salomão, assessor de um deputado estadual por São Paulo.
Nesta sexta-feira (31), o Facebook declarou que vai desrespeitar e que não cumprirá a determinação de Alexandre de Moraes de tirar do ar no exterior os perfis de bolsonaristas que são alvos do inquérito das fake news no momento. A rede diz que vai recorrer ao plenário do STF e, enquanto isso, manterá as contas no ar fora do Brasil.
“Respeitamos as leis dos países em que atuamos. Estamos recorrendo ao STF contra a decisão de bloqueio global de contas, considerando que a lei brasileira reconhece limites à sua jurisdição e a legitimidade de outras jurisdições”, diz nota da assessoria de imprensa do Facebook.
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