O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na segunda-feira (7) o pedido da defesa de Michel Temer para arquivar o inquérito que investiga se o presidente favoreceu empresas portuárias em troca de propina. O ministro atendeu ao pedido da Polícia Federal e prorrogou a apuração por 60 dias.
Barroso destacou que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, posicionou-se contra o pedido de arquivamento, e concordou com o entendimento da PGR de que é necessário aguardar a conclusão das diligências em andamento “para que se possa formar opinião sobre a existência material dos delitos investigados”.
O inquérito foi aberto no ano passado, a partir de depoimentos de executivos do grupo J&F e apura se um decreto editado por Temer tinha por objetivo beneficiar empresas que atuam no porto de Santos (SP).
O pedido da Polícia Federal foi motivado pela necessidade de análise da quebra de sigilo bancário do presidente, autorizada em março por Barroso e para que seja feita uma análise do material colhido na Operação Skala, que prendeu amigos de Temer e empresários do setor de portos.
A filha de Michel Temer, Maristela, foi ouvida pela PF no inquérito. A suspeita é que a casa dela tenha sido reformada com dinheiro ilícito. A investigação já descobriu que alguns fornecedores foram pagos em dinheiro vivo.