
A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, na terça-feira (20), que fossem investigados por 60 dias atos corruptos de Aécio Neves em inquérito que estava arquivado desde setembro.
Por 3 votos a 2, foi desarquivado o inquérito que investigava os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do senador tucano. Votaram pela reabertura do inquérito os ministros Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e Celso de Mello. Gilmar Mendes e Dias Toffoli foram contrários.
Agora, a Procuradoria Geral da República (PGR) está autorizada a fazer análises bancárias no exterior, a partir de um procedimento de cooperação fechado, em 2017, com Liechtenstein, conhecido paraíso fiscal europeu.
De acordo com os dados adquiridos a partir do acordo, Aécio é o “segundo beneficiário” da fundação Bogart and Taylor registrada em nome de sua mãe, Inês Maria Neves.
O inquérito foi aberto em 2016 e arquivado há cinco meses, por decisão monocrática do relator do recurso, o ministro Gilmar Mendes. A PGR recorreu da decisão de Mendes, afirmando que o arquivamento não levava em conta algumas informações anexadas ao inquérito, que indicavam que a propina recebida por Aécio Neves de Furnas havia sido mandada para fora do Brasil.
Em delação, o doleiro Alberto Youssef afirmou que a irmã de Aécio, Andrea Neves, recolhia a propina referente ao PSDB. Já Delcídio do Amaral, chegou a falar de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual Aécio seria beneficiário.
Segundo a PGR, “é forte a possibilidade de que o pagamento de propina a Aécio Neves no esquema de Furnas tenha ocorrido na conta titulada pela Bogart and Taylor Foundation, no principiado de Liechtenstein”.