STF dá seguimento à ação que busca barrar trocas na PF e pede manifestação da PGR em 15 dias

Inquérito apura interferência de Bolsonaro na PF. Foto: José Cruz - Agência Brasil
Representação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) visa impedir troca no setor que investiga Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prosseguimento a uma ação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para impedir trocas em diretorias da Polícia Federal (PF) e enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) para se manifestar. O ministro deu prazo de 15 dias para a PGR se pronunciar.

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor da ação. Foto: Agência Senado

Randolfe decidiu acionar o Supremo após sair a notícia de que o novo diretor-geral, Márcio Nunes, quer promover mudanças em cargos estratégicos, principalmente num setor encarregado de investigar denúncia contra Bolsonaro.

Na ação, o senador argumenta que “com a troca da alta cúpula da corporação, almeja-se obstruir as investigações em curso que envolvem o presidente da República e seus familiares”.

Ver Randolfe aciona STF para impedir PF de trocar diretoria que investiga Bolsonaro

O pedido foi apresentado no inquérito que apura a interferência política de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

O parlamentar questiona a mudança na diretoria da Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado), que abriga dois dos setores mais sensíveis da corporação: o que cuida de inquéritos contra os políticos e autoridades, entre elas o presidente da República, e o que investiga casos de corrupção.

Randolfe também requer a proibição de trocas eventuais na DIP (Diretoria de Inteligência Policial) e em órgãos subordinados.

“A PF não é uma extensão do cercadinho do presidente da República: trata-se de um órgão de Estado, estratégico para o devido funcionamento das instituições republicanas, cujas atribuições não podem ser violadas ao bel-prazer ou para atender caprichos e interesses particulares do governante de plantão”, argumenta Randolfe na representação enviada ao STF.

Márcio Nunes assumiu a direção-geral da PF na véspera do Carnaval, quando Bolsonaro decidiu exonerar Paulo Maiurino do cargo. Maiurino estava no posto há menos de um ano.

Nunes era secretário-executivo do Ministério da Justiça, comandado pelo ministro Anderson Torres, nome de confiança de Bolsonaro. A nova troca, a quarta sob Bolsonaro, pegou de surpresa delegados e servidores da corporação.

Já ocuparam o cargo de diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, Rolando Alexandre de Souza e Paulo Maiurino.

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