Deputada aliada de Bolsonaro apontou uma arma e perseguiu um jornalista negro nas ruas de bairro próximo à Avenida Paulista, no sábado (29)
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou para a Procuradoria-Geral da República o pedido de investigação contra a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), que apontou uma arma contra um jornalista negro, apoiador de Lula, no dia anterior à eleição.
O pedido aponta que Zambelli, ferrenha aliada de Bolsonaro, “pôs em risco populares e deliberadamente descumpriu limites normativos definidos para apaziguar e dar relevo ao momento de grande relevância democrática nacional, consubstanciada no processo eleitoral”.
No sábado (29), Zambelli apontou uma arma e perseguiu um homem negro, eleitor de Lula, nas ruas de São Paulo. Um de seus assessores chegou a dar um tiro, conforme ficou registrado em um vídeo, mas não acertaram o homem.
Carla Zambelli tentou justificar falando que foi empurrada por ele, o que é mentira. As gravações mostram que ela tropeçou sozinha no meio-fio.
O PT entrou com um pedido de investigação por tentativa de homicídio, lesão corporal, perigo para a vida de terceiros e racismo. A PGR deverá se manifestar sobre o caso dentro de 48h.
“Se em outras ocasiões, a parlamentar tem adotado posturas reiteradas de ameaças e acumula posicionamentos declarados em sentido contrário às instituições democráticas, exigindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, por exemplo, nesta feita, executou agressão física, pôs em risco populares e deliberadamente descumpriu limites normativos definidos para apaziguar e dar relevo ao momento de grande relevância democrática nacional, consubstanciada no processo eleitoral”, diz o pedido de investigação contra a deputada.
Pela gravação, é possível ouvir a deputada falando para o homem mais de uma vez: “Deita no chão”. Pessoas que estavam no local tentaram contê-la e uma afirma: “ela quer me matar, mano”.
Uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proíbe o “transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores no dia das eleições, nas 24 horas que o antecedem e nas 24 horas que o sucedem”. Zambelli, no entanto, anunciou publicamente sua discordância e desobediência à norma da corte eleitoral.
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