O ministro Humberto Martins, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de liminar dos advogados do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), para que o inquérito que apura se o tucano recebeu propina no processo de licitação para duplicação da PR-323 seja retirado da vara do juiz federal Sérgio Moro.
De acordo com a investigação, Richa favoreceu a Odebrecht em troca de pagamento, via caixa dois de campanha, de R$ 2,5 milhões.
O processo, derivado da colaboração premiada de dois ex-executivos da Odebrecht, havia sido enviado à Justiça Eleitoral pelo STJ em junho, em acolhimento de pedido da defesa. Desde abril, quando Richa deixou o cargo de governador – e, portanto, perdeu o foro privilegiado – o processo corria na primeira instância.
Quando encaminhou o inquérito à Justiça Eleitoral, Moro pediu que o caso fosse devolvido a ele, para que a investigação de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação continuassem. Ao devolver a investigação, a juíza Mayra Rocco, da 117ª Vara Eleitoral do Paraná, afirmou que os crimes eleitorais e os relacionados à Justiça Federal são independentes, podendo ser investigados separadamente.
Beto Richa é citado nas colaborações premiadas de Valter Lana e Benedicto Júnior. Segundo eles, os R$ 2,5 milhões foram doados por meio de caixa dois para a campanha eleitoral do tucano ao governo em 2014.
Conforme Benedito Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, os valores foram lançados internamente como despesas no projeto de duplicação da PR-323, na qual a empreiteira atuou como líder do Consórcio Rota 323.
A decisão de Martins ainda deve ser analisada no mérito pelo ministro relator Og Fernandes.
Este ex-governador Beto Richa dos PSDB, tá mais bichado do que madeira com cupim.