No dia que marcou os 59 anos do golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil, a torcida do Flamengo estendeu, no último sábado (1°), durante o primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, uma bandeira em homenagem a Stuart Angel, que foi atleta do clube e militante que lutou pela democracia no país.
Stuart foi bicampeão carioca de remo pelo Flamengo em 1964 e 1965. Militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, MR8, ele foi preso, torturado, assassinado e dado como desaparecido político durante a ditadura.
A bandeira foi estendida durante a vitória do Flamengo sobre o Fluminense por 2×0. Além da bandeira em homenagem a Stuart Angel, outra faixa foi estendida no jogo com os dizeres “Morte aos torturadores de 64”.
O Flamengo deu um passo à frente rumo ao título do Campeonato Carioca de 2023. O Rubro-Negro venceu o Fluminense por 2 a 0 com gols de Ayrton Lucas e Pedro, ambos no segundo tempo.
Com o triunfo na ida, o Flamengo poderá até perder por um gol de diferença na volta para ser campeão estadual. O Fluminense terá de devolver a vitória para levar a disputa para os pênaltis e só será campeão direto se vencer por três gols de diferença.
TORTURA
Na manhã de 14 de maio de 1971, Stuart foi preso por agentes do Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica, aos 25 anos. O interrogatório buscava informações sobre o paradeiro de Carlos Lamarca, um dos principais líderes da luta armada contra o regime.
As circunstâncias de sua morte foram narradas em carta pelo preso político Alex Polari de Alverga, que esteve com ele na Base Aérea do Galeão, no Rio. Ele relata que Stuart foi espancado e arrastado com a boca amarrada ao cano de descarga do jipe de um oficial. A descrição foi corroborada por depoimentos à Comissão da Verdade do Rio, em 2013.
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