Decisão do governo de reduzir em 10%% Imposto de Importação de bens de capital “vai gerar desemprego na pandemia, impactar exportações e diminuir arrecadação”, afirma José Velloso, presidente da Abimaq
O governo Bolsonaro anunciou a redução em 10% no Imposto de Importação de bens de capital (BK) e de informática e telecomunicações (BIT), com produtos como celulares e computadores, e para máquinas e equipamentos usadas em indústrias.
A redução tarifária foi aprovada na quarta-feira (17), em reunião do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Camex), abrangendo 1.495 códigos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) que não dependem de negociação com os demais parceiros do Mercosul.
Com a redução aprovada, uma máquina que hoje paga 10% de imposto, por exemplo, passará a pagar 9%. Já um eletrônico que paga 16% de imposto passará a pagar 14,4%. Adicionalmente, todas as alíquotas de 2% serão reduzidas para zero.
Para José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a decisão do governo “vai gerar desemprego na pandemia, afetando vagas formais e de qualidade. Vai impactar exportações e diminuir arrecadação”.
“Investimento, hoje, é vacina e crescimento econômico, mas estão prejudicando o maior setor manufatureiro do país”, afirmou.
Segundo Velloso, o “impacto será enorme” em toda cadeia produtiva. Juntos, BK e BIT reúnem 30 mil empresas, que empregam 1,1 milhão de funcionários diretos e 3,5 milhões indiretos, faturam cerca de R$ 400 bilhões e exportam US$ 21 bilhões.
O presidente da Abimaq questionou por que o governo não esperou a reunião do Mercosul, no dia 26, para aprovar uma redução da Tarifa Externa Comum (TEC). “Se o Mercosul não der permissão, o Brasil já baixou BK e BIT. O governo escolheu o perdedor”, afirmou.
ABINEE
A medida, que deve entrar em vigor na semana que vem, pegou os empresários do setor a indústria eletro eletrônica de surpresa, Segundo o presidente da .Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica, Humberto Barbato, já estava agendado uma reunião com ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar assuntos do setor. “É um incêndio por semana que a gente tem de apagar no Brasil”, declarou Barbato, que considerou a decisão “intempestiva e improvisada que só vai trazer prejuízos e insegurança ao setor”.
Com informações da Abimaq