Diante do aumento do custo de vida na França, em particular dos combustíveis, o primeiro-ministro Jean Castex anunciou um cheque de 100 euros, denominado “subsídio de inflação”, a partir de dezembro, para qualquer francês que ganhe menos de 2.000 euros líquidos por mês.
Macronistas declaram seu apoio ao anúncio, enquanto oposicionistas o chamaram de “cheque eleitoral” – as eleições presidenciais são no próximo ano – e quase inócuos diante da carestia.
Para a deputada da République en Marche (LREM) Emilie Chalas, a medida é “uma resposta ampla e rápida ao aumento dos preços dos combustíveis”. “38 milhões de pessoas estão preocupadas: empregados, autônomos, aposentados”, ela acrescentou.
O deputado da oposicionista França Insubmissa, Eric Coquerels, pediu uma ação efetiva indo à raiz do problema, “bloqueando os preços”. “Se o combustível continuar a aumentar, vai rapidamente engolir este adicional”.
Para o secretário nacional da Europa Ecologia Les Verts (EE-LV), Julien Bayou, o subsídio “não é suficiente” e chega “tarde demais, na maior improvisação”. O ecologista também lamentou falta de soluções de “médio prazo” para limitar a dependência do carro.
“O banqueiro Macron distribui cheques eleitorais”, denunciou François Cocq, porta-voz do pré-candidato à presidência pelos socialistas, Arnaud Montebourg. Ele acrescentou que “os franceses não querem esmolas” e aspiram viver com dignidade “de seu trabalho”.
Para Marine Le Pen, presidente do Rally Nacional (RN), de extrema direita, “o subsídio anunciado para o final do ano por Jean Castex não responde à angústia dos franceses para pagar suas contas”.
O líder da bancada do partido Les Républicains (direita tradicional), Damien Abad, acusou o governo Macron de pretender “comprar a paz social com o vale-presente”. Pelas redes sociais, ele instou a “combater as causas da alta dos preços dos combustíveis, gás, eletricidade, alimentos”.