O porta-voz do Ministério do Exterior do Sudão, Haidar Badawi, foi demitido no dia 19 após declarar apoio a acordo de “normalização” de relações com Israel sem passar por negociações que devolvam as terras palestinas e promovam o estabelecimento reconhecido internacionalmente do Estado Palestino.
Badawi disse que Sudão e Israel “ganhariam muito com o acordo”, mas o Ministério do Exterior do país negou os comentários definindo-os como não autorizados.
A demissão de Badawi acontece em meio a uma crescente revolta contra o acordo isolado entre os governos dos Emirados e de Israel em um gesto claro de apoio à cata de votos de Trump, em despenhadeiro nas pesquisas, e a Netanyahu sob cerco dos Israelenses que pedem seu afastamento há semanas nas ruas do país.
O ministro do Exterior, Omar Qamar al-Din “demitiu Haidar Badawi de seus postos de porta-voz e chefe da divisão de mídia no Ministério”, a declaração foi divulgada pela agência estatal sudanesa, SUNA.
Qamar al-Din acrescentou que as declarações de Badawi foram recebidas com espanto pois o seu ministério não havia debatido tal “acordo”.
Além das manifestações de rua de sudaneses em solidariedade aos palestinos, o líder do principal partido opositor, o Partido Nacional Umma, Sadiq Al-Mahdi, disse que o povo sudanês não aceita normalização de relações com Israel. Ele tratou o acordo Israel/Emirados como “uma conspiração” entre Trump e Netanyahu contra o povo palestino e sua causa.
“O povo sudanês, com todos os seus componentes políticos, está com o povo palestino e saúda sua firmeza em face da injustiça e da ocupação”, afirmou Mahdi em ligação telefônica com o jurista palestino Dr. Mahmoud Al-Habbash.
“A causa palestina é nossa causa nacional, religiosa e internacional”, concluiu, destacando que o seu partido vai reunir todas as suas capacidades para apoiar o povo palestino e confrontar o complô denominado de “normalização”.