Milhares de sul-coreanos saíram as ruas de Seul contra Trump e sua política que agora ameaça a península coreana. Os protestos tiveram início no domingo (5) quanto Trump chegou à Coreia do Sul e seguiram até a terça-feira, último dia de visita do presidente estadunidense ao país.
Durante as manifestações Trump foi acusado pelo aumento das tensões na península coreana desde o início do seu mandato e depois, aumentou as provocações sob o pretexto do teste com a bomba de hidrogênio realizado pela Coreia Popular em setembro. “Eu vim para esse protesto porque estou com medo da guerra”, disse Hong Jae-pum (37). “Se estoura uma guerra, nós todos vamos morrer”.
Durante o protesto de terça-feira foi possível ouvir os manifestantes cantando “nós odiamos Trump” e “nós amamos a paz. Nós amamos a igualdade”, em meio a centenas de cartazes que em sua maioria pediam pela paz e diziam “não a Trump!”, “não à guerra!”.
O espírito geral entre os participantes era o de demonstrar ao mundo que a Coreia do Sul não quer guerra. “Eu quero que o presidente Trump saiba que não queremos uma guerra”, disse Yoo Seung-hyun (32). Para ele, Trump precisa entender que “muitos dos problemas” ocorridos na “península coreana são responsabilidade dele”.
Para outro manifestante que não se identificou, o discurso belicista de Trump em relação a península busca fazer o governo sul-coreano comprar armamentos estadunidenses, ao mesmo tempo que pretende impor medidas econômicas em benefício dos EUA de forma a revisar o acordo de livre comércio entre ambos os países.
“Espero que os cidadãos americanos prestem atenção ao que está acontecendo aqui”, disse a professora Kim Hyun-a (49), que levou seus alunos à manifestação. Para ela, “a guerra só traz tragédia”.
Ainda no protesto de terça-feira, os manifestantes chegaram a organizar uma vigília pela paz a luz de velas, com início a partir das 7 horas da noite. Até mesmo clérigos e outros religiosos fizeram peregrinações contra a implantação dos sistemas norte-americanos de defesa de mísseis, os chamados sistemas THAAD. Porém a manifestação foi dissipada pela polícia quando se aproximou da casa presidencial.