O superintendente da Polícia Federal de Minas Gerais, Rodrigo de Melo Teixeira, repreendeu o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) por suas críticas e de seus filhos ao andamento das investigações feitas pelo delegado Rodrigo Morais, responsável pelo inquérito sobre o ataque que ele sofreu em Juiz de Fora. “O trabalho está sendo feito com toda a transparência. A família dele estava acompanhando tudo de perto”, disse ele.
“A Polícia Federal vem fazendo um trabalho grandioso nas últimas décadas e ela é maior do que qualquer cidadão. Seja esse cidadão candidato a algum cargo, ou não, e merece respeito”, disse o superintendente, segundo Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”.
Bolsonaro andou acusando a PF de querer abafar o caso.
A Associação de Delegados da Polícia Federal entrará na Justiça contra candidatos aliados de Bolsonaro (PSL) que divulgaram informações falsas e difamaram o delegado Rodrigo Morais, que conduz o inquérito sobre o atentado contra o presidenciável.
Depois que a PF concluiu que Adélio Bispo dos Anjos, autor do atentado, agiu sozinho, pelo menos dois candidatos da coligação de Bolsonaro (PSL e PRTB) compartilharam materiais que difamam o delegado da PF. As postagens vinculam o delegado a comentários que não foram feitos por ele, mas por um homônimo que atuou na Polícia Civil do Piauí e é vereador pelo PSDB.
Dois agentes da Polícia Federal que estavam na escolta de Bolsonaro quando ele foi esfaqueado foram vítimam de notícias falsa pela campanha do candidato do PSL. Uma junção de duas imagens apontava que um homem de barba, vestido de preto e com óculos escuros próximo de Bolsonaro na hora do atentado era o mesmo que posava para um retrato do lado da candidata à vice-presidente na chapa petista, Manuela D’Ávila (PC do B). Segundo a postagem, isso era um indício de que aquele era um criminoso infiltrado pelos partidos adversários.
E uma fotografia mostrava um homem com o punho fechado tocando o candidato ferido. A legenda criminosa dizia que essa pessoa havia dado um soco quase no local da facada.
Mas nos dois casos, os homens que aparecem nas imagens são agentes da Polícia Federal que participavam da escolta e que prestavam socorro ao candidato ferido. Eles foram alvos de ameaças de apoiadores de Bolsonaro e a família de um deles foi ameaçada.
O senador Magno Malta (PR-ES), aliado de Bolsonaro, reforçou a mentira numa entrevista em frente ao hospital onde Bolsonaro estava internado, no sábado (8).
“Um cidadão de camisa marrom dá um soco nele por baixo e põe a outra mão em cima do lugar furado”, disse Malta, que depois disse que não cometeu erro, mas tentou minimizar o fato.
Sete agentes da escolta fixa de Bolsonaro procuraram apoio Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef)), entidade que representa a categoria, abalados com a repercussão das mentiras e ameaças.
Apologia
Na quarta-feira (26), um dos filhos do presidenciável e vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, fez um post de apologia à tortura. Na foto, um homem aparece com um saco plástico na cabeça e com a boca sangrando, como se estivesse sofrendo uma tortura. Em seu peito está #EleNão, hasthag que ficou popular entre as mulheres que se opõe ao candidato do PSL.