Tadeu Frederico: “sou testemunha viva da política criminosa da Prevent”

O paciente da Prevent, Tadeu Frederico, em depoimento na CPI. Foto: Pedro França - Agência Senado
Tadeu Frederico relatou o drama nos 120 dias em que ficou internado. Disse que sobreviveu porque a família dele lutou “contra uma poderosa organização” e não aceitou a imposição do chamado “tratamento paliativo” — prática adotada pela empresa para eliminar pacientes de alto custo 

Tadeu Frederico de Andrade, ex-segurado da Prevent Senior, informou aos senadores que ouviu o termo “tratamento paliativo” pela primeira vez numa reunião da CPI. A partir daí, foi incentivado a denunciar.

Após fazer ressalva e elogiar a atuação de dezenas de profissionais de saúde que o atenderam, ele disse ser “testemunha viva da política criminosa da corporação e de seus dirigentes”.

Ele disse que, tendo sobrevivido, tem a obrigação de denunciar os fatos graves que vivenciou na Prevent Senior.

A CPI da Covid-19 no Senado ouve, nesta quinta-feira (7), o médico Walter Correa de Souza Neto e o paciente Tadeu Frederico, que prestaram compromisso de dizer a verdade durante o depoimento.

Souza Neto depõe sob habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal), que foi concedida pelo do ministro Gilmar Mendes. A decisão permite que o depoente fique em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo ou ofender o sigilo médico.

TRATAMENTO PALIATIVO

Na exposição inicial, Tadeu Frederico relatou o drama nos 120 dias em que ficou internado na Prevent Senior. Ele foi intubado duas vezes, teve pneumonia, passou por hemodiálise e traqueostomia, além de ter sofrido com outros problemas por consequência da Covid-19.

O paciente da Prevent Senior disse que sobreviveu porque a família dele lutou “contra uma poderosa organização” e não aceitou a imposição do chamado “tratamento paliativo” — prática adotada, segundo ele, pela empresa para eliminar pacientes de alto custo. 

TERCEIRA CONVOCAÇÃO DE QUEIROGA

A CPI aprovou, nesta quinta-feira, requerimento para nova convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Esse vai ser o terceiro depoimento dele à comissão. O requerimento foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). A data do depoimento vai ser marcada por Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI.

O presidente da comissão criticou a postura de Marcelo Queiroga ao ser infectado pelo coronavírus durante viagem aos Estados Unidos. Segundo Aziz, o ministro compartilhou em rede social o comentário de internauta que questionava a eficácia das vacinas.

“Eu vou dizer qual o dia que vamos ouvi-lo. No dia em que foi acometido de Covid, o ministro repostou uma mensagem de uma pessoa dizendo: ‘O senhor não foi vacinado? Tomou as duas doses e pegou covid mesmo assim?’”, lembrou Aziz. 

“Ministro Queiroga, a gente não esqueceu que o senhor repostou isso. Se o senhor passou 15 dias nos Estados Unidos e já está aqui no Brasil é porque teve a oportunidade de tomar a vacina. Por isso o senhor está vivo”, disse Aziz à CPI.

M. V.

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