O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, comentou no Twitter sobre o ato bolsonarista contra o STF.
No sábado (30), bolsonaristas imitaram os nazistas e o grupo racista e extrema-direita dos EUA, a Ku Klux Klan (KKK), e fizeram uma manifestação macabra em frente ao STF segurando tochas e gritando slogans ao estilo Goebbels contra a Corte e os ministros.
Ver Ato bolsonarista fracassa de novo e ainda se divide entre o Planalto e o STF
“Tão loucos mas, ainda bem, tão poucos”, escreveu Moro em seu Twitter.
“O único inverno chegando é o das quatro estações”, completou, numa referência a Sara Winter (inverno, em inglês), uma das líderes da gangue chamada “300 do Brasil”, que montou, semanas atrás, acampamento na porta do STF e depois foi desalojada de lá pela polícia do DF.
Na manhã deste domingo (31), em Brasília, eles voltaram a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a pedir golpe contra a democracia.
No ato desta manhã, os bolsonaristas se dividiram em dois grupos arruaceiros; um foi para frente do STF e o outro espalhado na Praça dos Três Poderes.
As faixas diziam: “Fechem o STF”, “Marcha pela Família, com Deus pela liberdade”, num arremedo das manifestações pré-golpe de 64.
Bolsonaro circulou de helicóptero e acenou para seus fãs. Antes, pateticamente, andou a cavalo na frente de seus seguidores.
Não se sabe o que ele quis insinuar.
Ou se apenas seguiu algum dos seus ídolos:
A colunista do Estadão, Vera Magalhães, observou sobre a manifestação e a participação de Bolsonaro:
“O presidente está fora de si. O país enfrenta uma pandemia, quase 30 mil já morreram. Ele passa o fim de semana brincando de rei do gado”.
Para o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), as manifestações bolsonaristas contra o STF, o Congresso e a democracia são inadmissíveis e só dificultam o combate à pandemia no país.
“O ataque a instituições democráticas é inaceitável. E o acirramento do ambiente só dificulta a superação da pandemia. O governo federal deveria mobilizar pessoas a favor de uma nação solidária e humana. Nossa luta é para salvar vidas e, também, o Brasil da ameaça de retrocessos”, escreveu na rede social.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), também criticou os atos de Bolsonaro e seus seguidores justamente num momento crítico da crise do coronavírus.
“Grupos que pregam a intolerância e o ódio tentam avançar no Brasil. Defendem o fechamento de instituições democráticas e a volta da ditadura. Agem de forma repugnante diante de uma pandemia com trinta mil mortos. Para eles, o caos será sempre o melhor cenário. Resistiremos sempre!”, destacou o governador cearense.
O senador Álvaro Dias (PR), líder do Podemos no Senado, condenou a macabra marcha do sábado dos bolsonaristas contra o STF. “Marcha da insensatez, da intolerância, da ignorância e da estupidez. O Brasil quer avançar na paz e na democracia”, assinalou o senador.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) também anotou no Twitter sobre o ato de sábado: “A KKK brasileira. Já deveriam estar puxando uma boa cadeia, aprendendo o que é bom pra tosse. Mas estão livres para formar uma milícia fascista e ainda “protestar” contra a ordem democrática”.
Por sua vez o vereador de São Paulo, Gilberto Natalini, do PV, escreveu que “os bolsos são cada vez menos. Hoje [domingo] foram um fiasco de público. Bolsonaro vai cair dentro da lei”.
“Bolsonaro é um insano. Não passa num psicotécnico. E tem uma forte vertente do mal. Defende tortura, é autoritário e muito inepto. Não tem condições de presidir o Brasil”, continuou Natalini.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou Bolsonaro e sua participação na manifestação fracassada do domingo. “Bolsonaro fica de segunda a sexta causando crises, defendendo e promovendo fake news e NADA de governar o país! No Domingo brinca c/ a cara do povo e das milhares de famílias que perderam seus entes! Hoje [domingo] bancou o rei do gado enquanto o Brasil padece! BASTA!”.