O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, falou que a culpa pelas milhões de casas que ficaram dias sem energia não é da Enel, mas da “questão arbórea” nas cidades.
Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro, falou que devemos “aprender com os erros”, mas não apontou aqueles cometidos pela companhia privada que gere a distribuição de energia em São Paulo.
“O grande vilão desse episódio foi a questão arbórea. Foi a questão da quantidade de árvores que, por falta de manejo adequado, acabaram caindo sobre a rede. Então, a gente precisa de um plano conjunto de manuseio arbóreo”, disse.
O grupo dirigente da Enel demite funcionários desde 2019 com o objetivo de aumentar seu lucro. Só no Estado de São Paulo, a Enel lucrou R$ 1,4 bilhão ao longo de 2022.
Tarcísio de Freitas não comentou esse tipo de movimento, mas insistiu que a Prefeitura de São Paulo, comandada por Ricardo Nunes, não conseguiu manter um “manejo arbóreo” para evitar uma crise.
O discurso de Tarcísio está alinhado com o da própria Enel, que não admite ter cometido nenhum erro durante essa crise de abastecimento de energia.
O presidente da companhia, Nicola Cotugno, contou a lorota de que milhões de casas ficaram dias sem energia porque “o vento foi absurdo”.
Em resposta indireta, Ricardo Nunes, disse que o problema é “a questão da regulação” sobre a Enel, que é de responsabilidade estadual, sinalizando que foi o governo de Tarcísio que não conseguiu exigir parâmetros mínimos de atuação da Enel.
“É preciso melhorar o nível de responsabilização e de exigência das respostas”, falou o prefeito.
O caos gerado pela ineficiência da Enel foi tão grande que até mesmo figuras do bolsonarismo apareceram criticando a privatização da energia.
Em comentário feito ao g1, Tarcísio de Freitas reforçou que “Bolsonaro é a favor da privatização”. O ex-presidente não fez nenhum comentário sobre a crise em São Paulo.