O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enviou um projeto à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para anistiar as pessoas que foram multadas por não usarem máscara em local público durante a pandemia de Covid-19, beneficiando diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o maior transgressor da pandemia.
Como resultado, mais de 700 mil brasileiros morreram vítimas da Covid-19. A maior parte dessas mortes poderia ter sido evitada se não fosse o descaso do governo bolsonarista durante a pandemia
Bolsonaro fez de sua recusa de usar máscara uma bandeira política, assim como suas críticas infundadas contra as vacinas e o isolamento social.
Por conta das diversas vezes em que participou de eventos públicos sem máscara, o ex-presidente deve R$ 1 milhão em multas somente para o Estado de São Paulo.
A medida proposta por Tarcísio de Freitas, incluída em uma “reforma tributária” estadual, diz que Bolsonaro e outros multados não precisarão mais pagar o que devem por colocar em risco a população paulista.
Na proposta, a Secretaria Estadual de Saúde não especificou sequer o montante do qual Tarcísio quer abrir mão.
Isso porque a Secretaria de Saúde não sabe dizer quanto dos R$ 72,1 milhões em multas já foram pagos pelos infratores.
O secretário de Saúde, Eleuses Paiva, reconhece que as multas foram aplicadas “diante da grave situação sanitária vivenciada mundialmente”, mas não vê mais sentido em punir aqueles que colocaram a vida da população paulista em risco.
Além de Jair Bolsonaro, outro que pode ser beneficiado pela anistia é o deputado Eduardo Bolsonaro, que deve R$ 113 mil para São Paulo.
Enquanto milhares de brasileiros morriam de Covid-19, Jair Bolsonaro organizou manifestações e motociatas, provocou aglomerações e fez propaganda contrária ao uso de máscaras, as vacinas e o isolamento social.
Em 2021, ele tirou a máscara de uma criança ao pegá-la no colo para uma foto, durante um evento no Rio Grande do Norte.
No mesmo ano, em Guaratinguetá (SP), irritou-se com as perguntas feitas por um jornalista e tirou a máscara para mandá-lo calar a boca.
“Eu chego como quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, você não usa”, falou. Nesse mesmo dia, 21 de junho de 2021, foi confirmada a morte de 2,3 mil brasileiros pelo coronavírus só em um dia.
No dia 25 de fevereiro de 2021, Bolsonaro falou em uma transmissão ao vivo que o estudo de uma universidade alemã apontava que as máscaras eram “prejudiciais a crianças”. Naquele dia, 1.582 brasileiros tinham morrido pelo vírus.