
Ministra das Releções Institucionais diz que o governador “precisa entender que ‘tirania’ é o que eles queriam impor ao país, não o STF”. “E o que ‘ninguém aguenta mais’ são as ameaças da família Bolsonaro contra o país”
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu “os traidores da pátria e a impunidade” dos golpistas no ato bolsonarista de domingo.
Em discurso feito na Avenida Paulista, Tarcísio disse que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como [Alexandre de] Moraes”, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Gleisi, o bolsonarista “precisa entender que ‘tirania’ é o que eles queriam impor ao país, não as decisões do STF no devido processo legal. E o que ‘ninguém aguenta mais’ são as ameaças da família Bolsonaro contra o país”.
“O governador Tarcísio foi à manifestação pró-Trump defender os traidores da pátria e a impunidade de quem tramou um golpe contra a democracia”, escreveu a ministra em suas redes sociais.
Tarcísio falou que é “fundamental” para a democracia brasileira que Jair Bolsonaro participe das eleições de 2026. Ou seja, a democracia deve ignorar os crimes cometidos pelo ex-presidente que o levaram à inelegibilidade e ao banco dos réus.
O governador ainda deturpou os fatos e ignorou as provas obtidas pela investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. De acordo com Tarcísio, “não existe um documento, não existe uma ordem”.
No entanto, Jair Bolsonaro produziu um decreto presidencial que determinaria a prisão de ministros do STF, anularia a eleição presidencial de 2022 e instalaria uma ditadura.
Em seus últimos dias na Presidência, Bolsonaro procurou os comandantes das Forças Armadas para pedir apoio ao golpe.
Os comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Jr., rejeitaram o golpe e contaram o caso para os investigadores em seus depoimentos.