
Os candidatos ao governo de São Paulo realizaram o último debate do primeiro turno nesta terça-feira (27). O encontro, realizado pela TV Globo, ficou marcado pela tentativa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) defender o governo Bolsonaro frente aos questionamentos realizados nos embates com Fernando Haddad (PT), Rodrigo Garcia (PSDB), Vinicius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT).
Logo no início do debate, Tarcísio disse que Bolsonaro “faz uma grande gestão no país” e ao escolher Fernando Haddad (PT) para responder, perguntou sobre as propostas do petista para geração “imediata” de emprego.
Haddad respondeu citando a gestão do ex-presidente Lula (PT, e aproveitou para criticar Bolsonaro. Ele também defendeu a redução do ICMS da carne e do leite, além da elevação do salário mínimo.
“No tempo em que eu fui do governo federal, por nove anos, no governo Lula, nós crescíamos mais de 4% ao ano. Hoje nós crescemos, nos últimos 4 anos, pouco mais de 1%. A economia é movida por dois fatores: consumo das famílias e investimento privado e público. As famílias tiveram seu rendimento achatado nos últimos anos, particularmente aqui no estado de SP. Pra que se tenha uma ideia, o salário mínimo paulista ficou congelado durante todo o período da pandemia, se aproximando do salário mínimo nacional, sendo que ele sempre foi 20% superior”, sustentou.
Depois Haddad condenou o negacionismo com a ciência, a demora na vacinação contra Covid, os cortes em programas sociais, na merenda escolar e o tratamento que o atual presidente destina às mulheres e pergunta se é esse modelo de gestão que deseja replicar no estado de SP.
Num embate entre Garcia e Tarcísio, o tucano foi atacado, porém, se saiu melhor ao revidar as críticas em uma pergunta sobre obras em São Paulo. Ele lembrou que Tarcísio foi condenado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) ao dizer que o governo estadual tinha mais de 800 obras paradas, porém, menos de 200 são de responsabilidade do Estado.
“O Tarcísio fala, fala, mas as obras dele são de papel. Ele inaugurou 18 quilômetros de estradas aqui no Estado. São Paulo é um canteiro de obras, governo federal tem 7.000 obras paradas”, cutucou o tucano.
Tarcísio respondeu listando medidas tomadas pelo governo Bolsonaro na área na época em que ele comandou a pasta da Infraestrutura e disse que promoveu a maior quantidade de leilões da história.
“Todo esse monte de coisa que ele falou [projetos] é papel, ainda não tem gente trabalhando”, disse o atual governador. Ele ainda insinuou que Tarcísio privilegiou obras no Rio, estado natal do rival, durante a concessão federal da rodovia Rio-Santos.
SABESP
Após criticar Garcia, que afirma ter despoluído o rio, Haddad afirmou que “não podemos privatizar a Sabesp [companhia de saneamento do estado], isso vai aumentar a conta de água do usuário, e temos de usar a Sabesp com inteligência, com parcerias público-privadas”, disse. Ao encerrar a fala sobre o assunto, citou o apoio de Marina Silva (Rede), candidata a deputada federal. Quando teve a oportunidade de fazer uma pergunta, Haddad consultou o próprio Elvis sobre programas habitacionais.
“Tarcísio, fica tranquilo que não vou perguntar onde você vota”. A ironia de Elvis Cezar, em nova referência à falta de relação do candidato bolsonarista com o estado de São Paulo, abriu a terceira rodada de perguntas, que foi um pouco mais animada que as anteriores.
Além de citar o episódio em que “esqueceu” o lugar onde votava, durante entrevista televisiva, Tarcísio teve que se explicar sobre o baixo volume de investimentos do governo Bolsonaro em estradas paulistas, alegando que isso se deveu à baixa malha rodoviária administrada pelo poder público federal no estado. Elvis citou, ainda, as relações de Tarcísio com correligionários como Douglas Garcia, que assediou a jornalista Vera Magalhães nos bastidores do debate realizado pela Band.
Na última rodada de perguntas, Poit perguntou sobre “combate à corrupção” a Tarcisio. Ao receber o presente, Tarcísio citou medidas que, segundo ele, ajudaram o governo a combater a corrupção, em um combate que só o próprio bolsonarismo viu.