O preço da passagem de ônibus municipal em São Paulo passou a custar R$ 4,30 nesta segunda-feira (7). As tarifas do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) chegarão a este mesmo valor a partir do domingo (13).
O aumento na tarifa de São Paulo foi de 7,5%, quase o dobro da inflação, que deve fechar 2018 em 3,69%, segundo projeção do Banco Central (BC).
A Prefeitura argumentou que o aumento foi baseado na inflação acumulada dos últimos três anos, de acordo com o IPC-Fipe, de 13,06%. “Por dois anos, em 2016 e em 2017, a tarifa não sofreu qualquer reajuste, mantendo-se no valor de R$ 3,80, impactando significativamente o orçamento da Prefeitura. Em 2018, houve um aumento abaixo da inflação, elevando o valor para R$ 4,00. Agora, a Prefeitura realiza uma necessária adequação da receita para reduzir o desequilíbrio do sistema”, disse em nota.
A inflação é a medida do aumento geral dos preços. Assim, se o combustível e a manutenção da frota ficam mais caros, este custo é repassado aos usuários do transporte, então o preço da passagem que seria justo, com a reposição da inflação seria de R$ 4,15 e não R$ 4,30.
Mas a verdade é que se considerarmos o modelo usado atualmente, que é o do Bilhete Único, desde sua criação em 2004, quando a tarifa de ônibus era de R$ 1,70, corrigindo a inflação deste período, na verdade a passagem em São Paulo deveria custar hoje R$ 3,82.
Grande SP – além da capital paulista também começou nesta segunda o aumento em outros seis municípios da Grande São Paulo. Santo André subiu de R$ 4,40 para R$ 4,75; Francisco Morato subiu de R$ 4,20 para R$ 4,45; Barueri subiu de R$ 4,35 para R$ 4,50; Carapicuíba subiu de R$ 4,35 para R$ 4,50, Franco da Rocha subiu de R$ 4,35 para R$ 4,60; e Diadema subiu de R$ 4,40 para R$ 4,65.
BH
A capital mineira, Belo Horizonte ostenta a passagem de ônibus mais cara entre as capitais. A tarifa que era R$ 4,05 (convencionais e Move) vai passar para R$ 4,50. O reajuste é de 11%. Já a tarifa dos ônibus que atendem Vilas e Favelas vai de R$ 0,90 para R$ 1,00. As passagens que antes custavam R$ 2,85 (circular e alimentadoras) vão para R$ 3,15, e os táxi-lotação, que custavam R$ 4,45, passam para R$ 5,00.
Um inquérito do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi aberto em 28 de dezembro para apurar o aumento das passagens. A investigação será feita depois que o movimento Tarifa Zero entrou com uma representação no órgão questionando a alta de 11%. O grupo afirma que a auditoria realizada pela administração municipal “é falsa” e alega que não existem parâmetros para o valor da tarifa ser R$ 4,50. A promotoria deu um prazo de prefeitura terá 72 horas para a prefeitura se manifestar sobre a representação, que se esgotou ontem. A prefeitura informou que uma nova data foi estipulada pelo MPMG.
O imbróglio sobre o aumento das passagens de ônibus está na Justiça. Em 30 de janeiro, o reajuste foi suspenso depois que o movimento Nossa BH conseguiu uma liminar. No pedido, o grupo questionou “a ausência de parâmetros claros para a determinação do aumento de 11% na tarifa”. Três dias depois, uma nova decisão autorizou o aumento da tarifa. Com isso, desde a quinta-feira a tarifa cobrada é de R$ 4,50.