
Jenseng Huand, chefe executivo da maior concorrente de semicondutores com sede na China, a Nvidia, diz que as barreiras e sanções impostas por Trump tiveram como único resultado o avanço acelerado chinês no setor
As barreiras que os Estados Unidos tentaram impor à indústria de produção de semicondutores da China se mostraram ineficazes, e para o chefe executivo da NVIDIA, a maior concorrente dos chineses, foi um tiro no pé para os americanos.
Para Jensen Huang, CEO da NVIDIA, a tentativa americana de barrar o desenvolvimento de chips avançados de IA impulsionou as empresas chinesas a “acelerar seus desenvolvimento”.
“Em suma, o controle de exportação foi um fracasso”, disse Huang em uma coletiva de imprensa em Taiwan na quarta-feira. Segundo o executivo, a política de embargo dos EUA deu as empresas chineses “o espírito, a energia e o apoio do governo para acelerar seu desenvolvimento.”
CHINA ATINGE NOVO PATAMAR EM MÁQUINAS DE IMPRESSÃO ULTRAVIOLETA
Agora o desenvolvimento da tecnologia de litografia para a criação de semicondutores chineses chegou a um novo patamar com o desenvolvimento de novo maquinário de foto-litografia UVE. Eles estão criando um gigantesco sincrotron para a produção de UVE.
AVANÇO DA HUAWEI
Localizado em Dongguan, província do Cantão, o centro de pesquisa da Huawei está trabalhando em um protótipo fabricado inteiramente na China de uma máquina de litografia UVE para a fabricação de semicondutores. É previsto que até 2026 a China vai ter capacidade de fabricação em larga escala de chips avançados que rivalizem com os produzidos nos EUA, Taiwan, Japão, Coreia do Sul e Holanda.
O embargo que os americanos forçaram, em 2022, contra a indústria chinesa, impediram que companhias como a NVIDIA, que vendia chips avançados para os chineses e a ASML, fabricante de maquinário de foto-litografia ultravioleta (UVE) de fazer comércio com empresas chinesas. Foi, portanto, uma tentativa fracassada de sabotar concorrentes, por Washington que sempre se arvorou de defensor do “mercado livre” sendo que constantemente interferem nas indústrias e economias de outros países, no que se acirrou com o governo Trump.
Empresas chinesas como a SMIC, China Resources Microelectronics, Hua Hong Semiconductor e Guangzhou ZenSemi ficaram impedidas de comprar equipamento para a fabricação de semicondutores até mesmo da Holanda, ameaçada de retaliação por Trump. Então eles tiveram que desenvolver a própria tecnologia para a fabricação de chips.
Um verdadeiro tiro no pé para a política de hegemonia tecnológica dos EUA.
Outro tiro no pé, foi quando o governo americano, no mês passado, obrigou a NVIDIA a ter uma licença para comércio de chips com a China, dando um prejuízo de 5.5 bilhões de dólares no inventário da empresa americana.
A Academia Chinesa de Ciências está pesquisando uma nova forma de gerar luz UVE através de radiação usando um poderoso sicrotron, um acelerador de partículas circular para a fabricação de chips avançados. O sicrotron é usado na análise em nível atômico as propriedades da matéria.
Esse novo sicrotron, chamado de HEPS, High Energy Photon Source (Fonte de Fótons de Alta Energia), foi construído em Pequim. A radiação ultravioleta é usada para fazer o design geométrico na fabricação do chip de silício para circuitos integrados. A UVE atinge uma uma maior resolução na fabricação de chips avançados.