Com uma marcha desde o Congresso da Argentina ao Obelisco (destacado monumento da capital, Buenos Aires) milhares de manifestantes marcharam, na noite do dia 19, com velas acesas contra o tarifaço deflagrado pelo presidente Mauricio Macri.
A marcha foi convocada pelas duas Centrais Autônomas e pela associação dos caminhoneiros argentinos em um protesto apoiado por diversas organizações (sindicais, de moradores e políticas) e representantes setoriais, configurando o que os argentinos chamam de movimento Multissetorial.
O ato integra manifestos, resistência de deputados que se opõe à destruição da economia causada pelas medidas antipopulares e antinacionais de Macri.
Os manifestantes produziram um manifesto que exige uma mudança na política tarifária dos serviços públicos, com determinações a exemplo da suspensão de qualquer aumento por um ano nas contas de gás, eletricidade e água; cortar todos os aumentos baixados ao longo do ano de 2018; devolução do dinheiro devido aos aumentos realizados através de descontos nas próximas faturas e anulação de todos os cortes nos serviços por atraso nos pagamentos, uma vez que foram aumentos abusivos.
A marcha que teve início às 18:00 h era encabeçada por lideranças populares e sindicais portando uma faixa com a consigna, “Basta de Tarifaço!”
“Estamos cansados de tantos aumentos que se tornaram intoleráveis e insustentáveis”, proclamou a secretária da associação dos Caminhoneiros, Natalia Carrizo.
Dois dias antes da marcha, 20 câmaras setoriais de industriais argentinos se reuniram para denunciar que o tarifaço está sufocando a economia e o que sobrevive da indústria argentina.
Diversos empresários manifestaram que os aumentos nos serviços públicos de água, eletricidade e gás, que em alguns casos já superam os 1000%, desde que Macri assumiu a Presidência, levam a demissões, a redução no consumo interno, por conta da queda no poder aquisitivo do povo, exaurido para pagar as contas destes serviços. Além disso, com o aumento nestas contas, as empresas não podem competir com os produtos importados, um ciclo vicioso que está forçando muitos empresários a fecharem as portas de seus negócios, elevando dramaticamente o desemprego.