São 37,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado e 39,2 milhões na informalidade
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,6% no trimestre móvel terminado em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (30).
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, frente a ao trimestre imediatamente anterior (maio, junho e julho), houve um recuo de -0,3 ponto percentual (p.p.) na taxa. Já em relação ao mesmo trimestre de 2022, o índice recuou 8,3%.
No entanto, ao todo, existem 8,3 milhões de brasileiros no país em busca de uma vaga de empregos sem encontrar. Este é o menor contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2015, quando chegou a 7,5%.
Em números absolutos, o volume de pessoas que buscavam trabalho no trimestre analisado caiu 3,1% (menos 261 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 8,5% (menos 763 mil) no ano.
A população ocupada chegou a 100,2 milhões de pessoas no trimestre móvel finalizado em outubro. Trata-se do recorde da série histórica iniciada em 2012.
Já o nível da ocupação (que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57,2%, uma alta de 0,4 p.p. em comparação com o trimestre imediatamente anterior (56,9%). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, há estabilidade.
EMPREGO COM CARTEIRA CRESCE
Segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, a melhora na formação da população ocupada no trimestre veio dos empregos formais, que cresceram no período.
“O mercado de trabalho teve recuperação puxada por informais e conta própria no pós-pandemia. Sobretudo de 2022 para cá, começamos a acompanhar um crescimento importante do emprego com carteira”, comentou Beringuy.
O número de trabalhadores com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) bateu a marca de 37,6 milhões de trabalhadores no período em análise. É o maior contingente desde junho de 2014.
O Instituto de pesquisa observou um aumento de 1,7%, ou 620 mil pessoas a mais com carteira assinada, na passagem do trimestre de maio, junho e julho ao trimestre encerrado em outubro. Em relação ao ano passado, o número de pessoas com carteira assinada cresceu 2,7% (mais 992 mil).
39 MILHÕES NA INFORMALIDADE
Já o número de empregados sem carteira no setor privado (cerca de 13,3 milhões) ficou estável no trimestre e no ano. O número de trabalhadores por conta própria (25,6 milhões de pessoas) cresceu 1,3%, ou 317 mil a mais, frente ao trimestre anterior, ficando estável na comparação anual.
Quanto aos trabalhadores domésticos, a soma ficou em 5,8 milhões de pessoas, sendo estável nas duas bases de comparação. E o contingente dos chamados “empregadores”, trabalhadores autônomos sem CNPJ, ficou em 4,2 milhões.
Assim, a taxa de informalidade foi de 39,1% da população ocupada no trimestre encerrado em outubro. No país, ao todo, são 39,2 milhões de pessoas descalças de direitos trabalhistas, que na sua maioria exercem atividade de trabalho de baixa qualidade com remunerações miseráveis.
A taxa de subutilização ficou em 17,5% no trimestre encerrado em outubro, sendo uma queda de -0,3 p.p. frente ao trimestre encerrado em julho (17,7%) e um recuo de -2,0 p.p. ante o mesmo trimestre de 2022 (19,5%). Essa foi a menor taxa constatada desde o trimestre móvel encerrado em dezembro de 2015.
A população subutilizada foi estimada em 20,0 milhões de pessoas no trimestre analisado, o que corresponde a um recuo de 11,6% no ano. Este é o menor contingente desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016.
A subutilização da força de trabalho considera as pessoas desempregadas (8,3 milhões, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (5,4 milhões), pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditar que há oportunidade ou por outros motivos (3,4 milhões), entre outras categorias.
O rendimento médio real do trabalhador foi estimado pelo IBGE em R$ 2.999, uma alta de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em julho e de 3,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.