A taxa de desemprego no Brasil voltou a registrar mínima histórica no trimestre encerrado em novembro.
Os dados, apresentados nesta terça-feira (30) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), computam que a taxa de desocupação da população brasileira era de 5,2% no mês passado.
Para Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad, “a manutenção do contingente de trabalhadores em elevado patamar ao longo de 2025 tem assegurado a redução da pressão por busca de trabalho, reduzindo consideravelmente a taxa de desocupação”.
No trimestre anterior, encerrado em agosto, a taxa era de 5,6% e, no mesmo período de 2024, de 6,1%.
Em números, 5,6 milhões de pessoas estão sem trabalho no país, uma queda percentual de 7,2% em relação ao trimestre anterior e de 14,9% sobre o ano anterior – ou menos 988 mil pessoas procurando trabalho sem encontrar.
A população ocupada era de 103 milhões de pessoas – também um recorde da série histórica, com crescimento de 0,6% no trimestre e de 1,1% na comparação anual. A relação entre a população em idade de trabalhar e os que estão de fato trabalhando foi estimada em 59%.
Já a taxa de subutilização, índice que reúne desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar mais horas e aquelas que desistiram de procurar trabalho, ficou em 13,5%, também o menor nível da série, iniciada pelo IBGE em 2012.
EMPREGO COM CARTEIRA ASSINADA
Antes concentrada no aumento do trabalho informal, a queda na taxa de desemprego tem se baseado no crescimento do número de empregados com carteira assinada e do contingente de brasileiros que trabalham por conta própria, informa a pesquisa. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada chegou a 39,4 milhões, o maior da série.
Na comparação com o trimestre anterior, o número permaneceu estável. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve alta de 2,6%, com a inclusão de cerca de 1 milhão de pessoas. Já o contingente de trabalhadores por conta própria também bateu recorde, chegando a 26 milhões.
O IBGE também sublinhou que o número de empregados no setor público, que somaram 13,1 milhões, também registrou o nível mais alto da história.
Enquanto isso, a taxa de informalidade ficou em 37,8% da população ocupada, o equivalente a 38,8 milhões de pessoas. O número ainda é bastante representativo, mas ficou abaixo dos 38,0% (ou 38,9 milhões) observados no trimestre encerrado em agosto e também foi menor que os 38,8% (ou 39,5 milhões) atingidos no trimestre encerrado em novembro de 2024, registra o IBGE.
Por fim, a população desalentada recuou para 2,6 milhões, o menor nível desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, com queda de 12,9% em relação ao mesmo período de 2024.
RENDIMENTO
O rendimento real habitual teve alta de 1,8% na comparação trimestral e de 4,5% na comparação anual, ficando em R$ 3.574 para cada trabalhador.
“Hoje, temos um mercado de trabalho crescente, sem queda de rendimento. Havia a expectativa de crescimento acelerado da inflação, o que não ocorreu. Isso permitiu um mercado de trabalho satisfatório, com aumento da massa de rendimentos e sem registros de picos inflacionários”, complementa Beringuy.











