Dados do Imperial College de Londres apontam para a redução da gravidade da pandemia. Em SP, número de mortes também registra queda
A taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil caiu para 0,97, e pela primeira vez abaixo está abaixo de 1 desde janeiro, quando houve a explosão de casos provocados pela variante Ômicron, segundo levantamento feito pelo Imperial College de Londres e também pela primeira vez, São Paulo registra queda no número de mortes em 2022.
Com a atual taxa de transmissão, significa que a cada 100 pessoas contaminadas no Brasil, elas transmitem a doença para outras 97 pessoas.
Para desaceleração da pandemia é preciso que a taxa de contágio fique abaixo de um. Dentro da margem de erro calculada pela universidade britânica, o índice brasileiro atual pode variar de 0,93 a 1,04.
Na semana passada, o índice foi de 1,22 e, na anterior, 1,25. No dia 25 de janeiro a taxa de transmissão chegou a 1,78, o maior índice desde julho de 2021.
A taxa de transmissão é usada como referência para acompanhar a evolução de uma epidemia. Porém, segundo especialistas, é preciso acompanhá-la por um período para conseguir avaliar cenários e tendências, pois o atraso nas notificações de casos e o período de incubação do coronavírus podem interferir nesse resultado.
O Imperial College também projeta que o Brasil deve registrar 6.200 mortes pela Covid-19 nesta semana.
Atualmente, a média de mortes pela Covid-19 continua estável, mas em um nível ainda alto, com 819 óbitos por dia.
Se a taxa de transmissão regride, espera-se que o número de óbitos também baixe no próximo período. Porém, como a taxa de transmissão apontada pelo Imperial College é nacional, ela não leva em conta as particularidades de estados e cidades, individualmente, portanto, como a vacinação caminha de forma diferente no território brasileiro, as mortes podem demorar a cair, mesmo com a taxa de transmissão em queda.
MORTES CAEM EM SÃO PAULO
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que, pela primeira vez, o número de mortes por Covid-19 recuou em todo o estado, após o pico de casos ocasionado pela variante Ômicron. A diminuição na taxa de óbitos registrada na última semana epidemiológica foi de 11%, consolidando a tendência de queda de internações e óbitos.
“Essa queda consolida a tendência de redução de internações e de óbitos. A vacinação foi a grande responsável por evitar que a variante Ômicron causasse uma mortalidade em grande escala em São Paulo. Milhares de vidas foram poupadas”, disse Doria.
A média móvel de sete dias de óbitos registrada nesta quarta-feira (23) foi a menor deste mês de fevereiro, com 212 novas mortes. O pico de óbitos neste ano foi no dia 8 de fevereiro, quando o estado registrou uma média móvel de 288 mortes.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, a taxa de ocupação de UTI Covid no estado é de 56% e, na Grande São Paulo, de 54%.
“A expectativa do governo é que as quedas se mantenham nos próximos dias, fruto do avanço da vacinação no estado. Nosso objetivo é ampliar ainda mais a cobertura vacinal com a terceira dose, que hoje já tem cerca de 20 milhões de pessoas vacinadas, e reduzir o número de faltosos com a segunda dose”, afirmou Gorinchteyn.
Em comparação com o pico causado pela variante Ômicron, São Paulo apresenta uma redução de 46% no total de internados. No dia 28 de janeiro, o estado tinha 11.541 pessoas em leitos de enfermaria e UTI. As novas internações em leitos de enfermaria e UTI em São Paulo registram queda nas últimas três semanas epidemiológicas. O estado tem hoje 6.220 pessoas internadas, sendo 2.540 em unidades de terapia intensiva e 3.680 em enfermarias. A redução das novas internações na última semana foi de 27,9%.