Processo é referente às inconsistências verificadas no balanço de 2019. Auditoria contratada por Campos Neto (KPMG) foi a mesma que aprovou as contas da Americanas pouco antes do rombo que chegou a R$ 50 bilhões vir a público
Um processo aberto em 2019 no Tribunal de Contas da União (TCU) está analisando um “erro contábil” de R$ 1 trilhão no Banco Central. A responsabilidade do rombo trilionário é do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, o mesmo que vem insistindo em sabotar a economia nacional com a criminosa manutenção da maior taxa de juros reais do mundo, mesmo com a produção em queda e o país entrando em deflação.
A Controladoria-Geral da União (CGU) estuda as inconsistências apontadas, à época, pelo TCU. O rombo gigantesco se refere ao balanço do BC naquele ano. Para os auditores do TCU que avaliaram os dados advindos da ação, a documentação analisada não refletia a situação patrimonial, o resultado financeiro e nem o fluxo de caixa do BC, conforme relatório publicado. As informações são da Folha de S. Paulo.
AUDITORIA FOI A MESMA DA AMERICANAS
Os auditores contratados pelo Banco Central – os mesmos que aprovaram as contas das Americanas – alegaram que não havia nenhum erro no balanço e que os balanços dos anos posteriores foram aprovados sem ressalvas pelo TCU. O órgão apontou como argumento exatamente o fato do balanço de 2019 ter sido auditado e aprovado pela KPMG, empresa que fez a auditoria da Americanas e aprovou duas contas antes do escândalo do rombo de mais de R$ 20 bilhões.
As explicações dos auditores da KPMG foram dadas ao ministro Jonathan de Jesus, do TCU, que também é deputado federal pelo Republicanos. Jesus ficou com a relatoria do processo após o antigo relator, ministro Bruno Dantas, passar a presidir o Tribunal, o que o obrigou a deixar as relatorias que exercia. Logo que assumiu o caso, o novo relator solicitou uma série de documentos que agora estão passando por análise.
“Auditores do TCU estudaram o processo e concluíram que as explicações apresentadas pela KPMG e pelo Banco Central sobre inconsistências contábeis de R$ 1 trilhão apontadas no balanço de 2019 ‘não refletem adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a situação patrimonial, o resultado financeiro e os fluxos de caixa do BC’.
Integrantes do governo avaliam que, se o BC for condenado em plenário no TCU, o Senado deverá abrir um processo que poderá levar à cassação de Campos Neto. A possibilidade existe e o BC está trabalhando para evitar o escândalo. “O caso se trata de uma mera divergência de interpretação entre o BC e a CGU sobre a forma de divulgação do fluxo de caixa em moeda local ou a segregação entre circulante e não circulante”, diz nota do BC à imprensa.
ISOLAMENTO POLÍTICO
Diversos setores da sociedade vêm exigindo do Banco Central a redução imediata das taxas de juros sob pena do agravamento da crise e a quebradeira de empresas. O presidente Lula afirmou na Itália que Campos neto terá que se explicar de manter a taxa em 13,75% enquanto a inflação está em 5%. Campos Neto segue afrontando o país e provocando o agravamento da crise econômica.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (19) que o início de corte da taxa básica de juros (Selic) deveria ter ocorrido em março deste ano. “Pra mim, deveria ter sido em março o início da redução. Vamos ver, vamos aguardar”, disse Haddad, em conversa com jornalistas na Fazenda. Ele disse isso ao ser questionado sobre a previsão do “mercado” de redução em agosto.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, divulgou nota afirmando que nada justifica o Banco Central manter na quarta-feira (21) a taxa básica de juros em 13,75%.
“Este é um momento crucial para a autoridade monetária decidir pelo início do ciclo de baixa da taxa de referência, dando fôlego à economia. Nada justifica o Brasil seguir com o título de campeão mundial de juros reais”, afirma Josué Gomes. “A dinâmica inflacionária está contida. Resta acertar a política monetária, até para termos tranquilidade para darmos atenção aos demais problemas que impedem o desenvolvimento pleno do país”, destaca.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou, durante a comemoração dos 71 anos do banco de fomento, que o atual nível da taxa de juros do Brasil, em 13,75%, é um obstáculo à função social da instituição e ao crédito em geral, o que resulta na retração do crédito às empresas e no aumento de inadimplência das pessoas físicas e jurídicas.
“A inflação desabou, mas nós estamos com a taxa de juros crescendo em termos reais. Essa taxa de juros é um obstáculo a nossa função social de um banco de desenvolvimento e ao crédito de forma geral”, declarou Mercadante na abertura do evento Nosso Passado, Presente e Futuro, no Rio de Janeiro.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) também divulgou nota defendendo a redução dos juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.
De acordo com a entidade, “as elevadas taxas básicas de juros colocaram os juros de mercado nas alturas impactando negativamente a renda das famílias e das empresas. Ao analisar os indicadores recentes de atividade econômica, se observa uma importante desaceleração. Os investimentos em máquinas e equipamentos, já em queda no último trimestre de 2022, registraram queda de 6,5% neste início de ano (jan-mai) podendo comprometer o futuro do crescimento do país”.
O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, saiu em defesa da redução dos juros no país na reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). “É fundamental que a gente, nesta reunião do Copom, já inicie a redução da taxa de juros no Brasil”, declarou à CNN, após sua intervenção no 4º Fórum de Inovação e Liderança da Incorporação (FILI 2023), realizado em São Paulo, na terça-feira (20).
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, em entrevista ao Canal Livre da BandNews, no domingo (18) advertiu que os juros altos estão sendo um entrave para as vendas. “A inflação caiu, então com isso, os juros reais estão mais caros”.
“Nós não estamos na metade do ano, 14 fábricas pararam as suas produções por demanda. De Janeiro a maio deste ano nós tivemos 14 paralisações por falta de demanda. Agora nós temos mais uma montadora parada, essa semana, então, nós estamos com 15 paralisações. Há uma expectativa de mais três fábricas pararem porque os estoques estão altos”, disse o presidente da Anfavea.
As centrais sindicais voltaram às ruas, na terça-feira (20), em protestos contra juros altos do Banco Central. Em São Paulo, o ato foi em frente à sede do BC, na Avenida Paulista, onde os sindicalistas ressaltaram a urgência de se reduzir a taxa Selic, mantida pelo Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central em 13,75%.
“Nós, que defendemos um projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho e distribuição de renda, visando combater essa brutal desigualdade em nosso país, não podemos admitir uma taxa de juros brutal dessa que causa o desemprego, que afoga a reindustrialização. Precisamos reduzir as taxas de juros já, para que possamos colocar o Banco Central a serviço do país, da população brasileira. Para que possamos resgatar um programa nacional de desenvolvimento”, afirmou do carro de som o presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rene Vicente.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez críticas ao Banco Central (BC) na terça-feira (20) durante almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, em Brasília. “Nada justifica esse patamar de juros”, disse. Rui Costa afirmou ainda que o Banco Central “não está mantendo a taxa de juros” em 13,75%, “está aumentando a taxa de juros” praticada no país.
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O campos neto tá no caminho certo, por causa das deflacoes do ano passado. Os petralhas não entendem nada de economia, entendem de roubar isso eles sabem fazer bem. Os cachorros ladrões ladram e a carruagem passa.
“Deflações do ano passado”?? Você não tem vergonha de dizer besteira, não? E ainda diz que os outros é que “não entendem nada de economia”… Não sabemos se os membros do PT entendem ou não de economia, mas que você não entende patavina do assunto, não entende mesmo. O que você entende é de puxar o saco dos banqueiros e seu preposto, Campos Neto. Por isso é a favor dos juros altos. Você não puxa o saco deles porque é a favor dos juros altos. Pelo contrário, é a favor dos juros altos porque quer puxar o saco dessa canalha.
Que matéria fantasiosa (para não dizer descaradamente mentirosa).
São por conteúdos assim, que a população já não acredita mais nos pseudos “produtores de conteúdo”. Que se utilizam de “parte” da informação para deturpa-la intencionalmente e desinformar ao invés de informar
Todos os que querem tirar o Campos Neto com base nessa investigação, não acham que ela é “fantasiosa” (muito menos “mentirosa”). Até porque a investigação do TCU existe. E não se trata de alguns centavos, mas de uma “inconsistência” de um trilhão de reais. Porém, esse pessoal todo que quer tirar o Campos Neto por um erro de um trilhão de reais (!!!) está contra a camisa de força dos juros que ele impõe ao país. Sabe por que você não concorda? Obviamente porque não quer tirar o Campos Neto, nem livrar o país do tacão dos juros – prefere bajular banqueiros, e, pior, bajular um bajulador de banqueiros, como o Campos Neto.
um verdadeiro absurdo, a autonomia do BC só nos lançou mais ainda na jaula!