“Cortes de Bolsonaro na área social chegaram a 96%. Somente o Ministério de Desenvolvimento Social tem um rombo de R$ 80 bilhões”, diz a senadora
A senadora Simone Tebet (MDB), que disputou a Presidência da República pelo MDB, e depois apoiou Lula no segundo turno, alertou, nesta quinta-feira (1), para a grave situação financeira deixada pelo governo Bolsonaro. Ela disse que só na área social os cortes chegaram a 96%. “Grosso modo, houve um corte de algo em torno de 96% do orçamento do Ministério da Cidadania”, declarou a senadora.
A situação é tão grave que várias áreas essenciais do serviço público estão sendo inviabilizadas. Os cortes na área da Educação estão colocando em risco o funcionamento das universidades e institutos federais. As verbas para prevenção de enchentes também foram cortadas. A emissão de passaportes foi interrompida por falta de dinheiro para a Polícia Federal e, agora,
o governo já fala até em falta de recursos para o pagamento das aposentadorias do INSS.
Simone Tebet afirmou que os recursos que estão sendo discutidos são insuficientes. “Estamos chegando praticamente a R$ 80 bilhões só no Ministério para efeito de extra teto, o que significa que qualquer PEC que hoje tramita no Senado, que é uma PEC alternativa, seria suficiente apenas para cobrir o rombo do orçamento de um único ministério, no caso, o Ministério de Desenvolvimento Social, de Cidadania”, afirmou.
Perguntada sobre a proposta do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ela afirmou que a mesma cobre apenas o rombo do MDS, e, ainda assim, programas como o BPC ficariam de fora. “Se a gente for incluir o que é pago do BPC, por exemplo, estaria fora.” A PEC da Transição, apresentada na segunda-feira (28) ao Congresso, prevê que um valor de R$ 198 bilhões ficaria fora do teto, com a saída do Bolsa Família do teto de gastos, sendo R$ 175 bilhões destinados ao programa social.
Para garantir a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, mais o pagamento extra de R$ 150 por criança de até seis anos, o grupo de trabalho aponta a necessidade de pelo menos R$ 70 bilhões a mais no Orçamento. Além disso, seriam necessários recursos extras em outros programas essenciais de assistência social. “Temos que fazer uma conta em relação às PECs paralelas. Só no Ministério do Desenvolvimento Social nós não precisamos de R$ 70 bilhões extra teto. Esses R$ 70 bilhões são apenas para o Auxílio Brasil. Tem R$ 2 bilhões do Auxílio-Gás.”