
Regulação de conteúdo é uma das primeiras ações da plataforma após firmar parceria com o TSE em março
O Telegram suspendeu a atividade de um dos principais grupos bolsonaristas na plataforma digital. Usuários que tentarem acessar o “super grupo B-38 oficial”, que tem 67 mil seguidores, se deparam com a mensagem de que esse está “temporariamente inacessível para dar aos administradores tempo para remover as mensagens de usuários que postaram conteúdo ilegal”.
A informação foi dada, nesta terça-feira (10), pelo site Núcleo Jornalismo e confirmada pelo Estadão.
A regulação de conteúdo é uma das primeiras ações da plataforma após manifestar ao STF (Supremo Tribunal Federal) que fará o monitoramento e revisão diária dos 100 canais mais populares do Brasil e firmar parceria com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em março.
O aplicativo não informa quais eram as publicações ilegais.
Logomarca do aplicativo Telegram é exibido em tela de dispositivo móvel
Segundo levantamento do ‘Estadão’, os usuários não conseguem ter acesso ao grupo desde o último sábado (7).
MONITORAMENTO
Mensagens antivacina e que questionavam o processo eleitoral no Brasil circulavam com frequência no grupo.
Monitoramento do Estadão em outros grupos bolsonaristas no Telegram aponta que a suspensão da página está em vigor desde pelo menos o último sábado (7).
PROGRAMA DE ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO DO TSE
O Telegram Messenger INC assinou, em 25 de março, termo de adesão ao Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação no Âmbito da Justiça Eleitoral, promovido pelo TSE.
A finalidade da parceria é combater os conteúdos falsos relacionados à JE (Justiça Eleitoral), ao sistema eletrônico de votação, ao processo eleitoral nas diferentes fases e aos atores nele envolvidos.
Com mais essa parceria, o TSE segue o objetivo de garantir a democracia por meio de informação correta à população.
O termo de adesão foi celebrado gratuitamente e não implica compromissos financeiros ou transferências de recursos entre o Telegram e o TSE, devendo cada uma das instituições arcar com os custos necessários às respectivas participações no Programa.
Pelo termo, o Telegram se compromete a manter o sigilo necessário sobre as informações a que tiver acesso ou conhecimento no âmbito do TSE, salvo autorização em sentido contrário outorgada pela Corte Eleitoral.
PROGRAMA
O Programa foi instituído pela primeira vez em agosto de 2019, após a experiência de ataques sofridos durante a campanha de 2018, e como forma de se preparar para as Eleições de 2020.
A parceria entre o TSE e diversas instituições se tornou um dos principais pilares do combate à desinformação, uma vez que contrapõe eventuais notícias falsas com notícias verdadeiras apuradas e checadas com o auxílio da imprensa profissional.
Além de contar com as principais instituições democráticas brasileiras, como a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, também fazem parte as principais plataformas de mídias sociais e de serviço de mensagens do mundo como Google, Facebook, Instagram e WhatsApp, bem como as agências de checagem de notícias, segmentos da imprensa, telecomunicações, tecnologia da informação, provedores de internet, agências de checagem e partidos políticos, entre muitos outros.
A lista completa das entidades pode ser conferida na página Desinformação, criada para dar amplitude ao programa e manter a sociedade atualizada sobre as ações.
M. V.