
O senador Telmário Mota (PROS/RR) denunciou a fraude nos números da Previdência para desmontá-la, retirar direitos dos trabalhadores, com a única finalidade de beneficiar “os banqueiros, os ricos e poderosos”.
Telmário reconstituiu a história recente da Previdência para mostrar que o discurso dos que querem “reformar” a Previdência tem sido o mesmo: atingir os idosos. “Não é de hoje que o Brasil discute a reforma da Previdência levando em consideração apenas o período pós-redemocratização. Já fizemos seis alterações nas regras da Previdência. Repito: seis alterações –, todas arrocharam os trabalhadores e servidores públicos, mas nenhuma delas solucionou os problemas do Brasil”.
Em discurso no Senado, ele lembrou que Collor, FHC, Lula e Dilma fizeram alterações previdenciárias. “Em 1998 e 1999, o Presidente Fernando Henrique Cardoso fez duas reformas: primeiro, acabou com o tempo de serviço do trabalhador, colocando no seu lugar um cálculo perverso do tempo de contribuição com o INSS; e, segundo, criou o fator previdenciário”.
“No seu primeiro ano de mandato, no ano de 2003, o presidente Lula fez a sua reforma, e as vítimas foram novamente os funcionários públicos. Aquela reforma dificultou ainda mais o acesso dos servidores à aposentadoria; instituíram a cobrança da contribuição dos inativos e pensionistas, justamente aqueles que mais precisam, e, por fim, a cereja do bolo de maldades foi o teto para os servidores federais”, disse o senador.
“Há 30 anos o discurso se repete, e os culpados são sempre os mesmos. Sempre colocam culpa nos trabalhadores e servidores públicos – agora também nos militares –, logo eles que carregam esta Nação nas costas, que são agredidos diariamente com juros desumanos, que sofrem nas filas dos hospitais e não têm escolas de qualidade para educarem seus filhos”, frisou.
“Para nossos banqueiros a culpa sempre é da Dona Maria, do Sr. José, do Sr. Raimundo, daqueles que limpam o chão das nossas fábricas em troca de um salário mínimo por mês. O salário é mínimo, mas a maldade é máxima”.
Para Telmário, os privilégios dos ricos continuam os mesmos de 30 anos para cá. “São 30 anos de arrocho apenas nos mais pobres e necessitados. Pergunto a V. Exas. qual foi a contribuição dos rentistas e da elite empresarial neste período? Imposto sobre Grandes Fortunas, nem pensar! Diminuir os juros imorais dos bancos e dos cartões de crédito, jamais – jamais! Nem pagar a dívida bilionária com o INSS os caloteiros querem!”, afirmou. “A CPI da Previdência apurou que a elite empresarial deve mais de R$ 450 bilhões à Previdência – R$ 450 bilhões à Previdência”, acrescentou.
“Enquanto o dinheiro suado dos nossos trabalhadores rende míseros 4,68% ao ano na poupança, os banqueiros nos extorquem, estão extorquindo, com juros de 312,60% ao ano, só no cheque especial. É a institucionalização da agiotagem”.
Telmário lembrou que enquanto na Itália o governo de lá “avança reduzindo a idade mínima para a aposentadoria e destinando nove bilhões de euros para conceder uma renda cidadã a cinco milhões de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, no Brasil regredimos para um sistema que força o trabalhador a se aposentar cada vez mais tarde e com ganhos cada vez menores”, concluiu o senador do PROS.
Por sua vez, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou que “essa reforma, se for aprovada, vai ser o maior ataque ao direito do povo brasileiro na história da Nova República”, disse.