“Tem que ser filho de alguém, então por que não pode ser o meu?”, argumentou o mito

Fotomontagem HP

“Ele [Eduardo] sempre quis morar nos EUA. Agora apareceu essa oportunidade, dada a nossa proximidade com a família Trump. O embaixador é um cartão de visitas”, argumentou

Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista na segunda-feira (05) à jornalista Leda Nagle, no Youtube, que o indicado para ocupar o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, na Embaixada de Washington, “tem que ser filho de alguém, então por que não pode ser o meu?”.

A declaração fez lembrar Justo Veríssimo, personagem criado por Chico Anísio, que tinha um grande bigode e dizia abertamente que o seu objetivo como político era fazer sua família se dar bem.

Aliás, reportagem do “O Globo”, no domingo (04/08), mostrou que 102 familiares do círculo íntimo bolsonariano se deram bem em cargos públicos nos gabinetes de pai e filhos.

E é lógico que, depois que o “03” garantiu que está capacitado para o cargo porque já fritou hambúrguer em uma lanchonete daquele país, seu pai jurou que “ele tem as credenciais necessárias para ocupar o cargo”. Precisa mais do que isso?

Lembrando que seu filho, que é deputado pelo PSL, sempre quis morar nos EUA, Bolsonaro afirmou que ele tem de aproveitar essa chance. “Agora apareceu essa oportunidade dada a nossa proximidade com a família Trump. O embaixador é um cartão de visitas”, argumentou o presidente.

Ele arranjou uma viagem às pressas de Eduardo para os Emirados Árabes Unidos. Disse que ele está lá “tratando sobre questões diplomáticas e que tem vocação para a atividade”.

“[Ele] tem tudo para dar certo [como embaixador]. Por exemplo, ele me contou que nós não temos um adido militar lá, nos Emirados Árabes. Já vou tratar desta questão aqui e, se houver interesse da nossa parte, mudamos isso”, comentou.

Outro motivo para nomear o filho seria a facilidade de entregar territórios para exploração de ouro por empresas americanas. No sábado (27), Bolsonaro disse que o filho, Eduardo, na embaixada dos EUA é estratégico para explorar minerais em terras indígenas.

“Terra riquíssima (reserva indígena ianomami). Se junta com a Raposa Serra do Sol, é um absurdo o que temos de minerais ali. Estou procurando o primeiro mundo para explorar essas áreas em parceria e agregando valor. Por isso, eu quero uma pessoa de confiança minha na embaixada dos EUA”, falou Bolsonaro.

Trump logicamente, de olho em nossas riquezas, aplaude o capacho na embaixada. “O Brasil vai abrir mercados”, disse ele. “Eu conheço o filho dele, eu acho que o filho dele é fantástico, um grande jovem. Estou muito feliz por ele ter sido indicado, espero que seja nomeado. Eu conheço o filho dele e é provavelmente por isso que ele foi indicado. Ele é fantástico, estou muito feliz”, disse Donald Trump.