O governo Temer assinou na sexta-feira, 30, um decreto (9.589) com o objetivo de acelerar a privatização de estatais, preparando o território para o próximo governo de Bolsonaro, que deixou claro sua intenção de liquidar o patrimônio nacional.
O decreto concede mais poderes ao Ministério do Planejamento, que no governo de Bolsonaro será fundido com os Ministérios da Fazenda e da Indústria.
“Compete ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, ao Ministério da Fazenda e ao ministério setorial propor ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República – CPPI a inclusão de empresas estatais federais controladas diretamente pela União no Programa Nacional de Desestatização –PND, com vistas à sua dissolução”, diz o decreto.
Para implementar seu projeto de privatizações, Bolsonaro/Guedes anunciou a criação de uma secretaria de desestatização, que será presidida por Salim Mattar. Mattar é presidente da Localiza, uma das maiores empresas de locação de veículos da América Latina.
Em alguns setores, como os bancos públicos Caixa Econômica e Banco do Brasil, Guedes nomeou diretamente “especialistas” em privatização, como Pedro Guimarães para a Caixa e Rubem Novaes para o Banco do Brasil.
Pedro Guimarães é sócio do banco de investimento Brasil Plural – que atua no setor
imobiliário e de petróleo e gás. É ainda genro de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba pela participação em vários crimes investigados na Operação Lava Jato.