No último dia cinco, após o STF quebrar o seu sigilo bancário, nas investigações sobre a propina que auferiu para emitir o indecente “decreto dos portos”, Temer declarou, em nota oficial, que solicitaria “ao Banco Central os extratos de suas contas bancárias” e daria “à imprensa total acesso a esses documentos”.
Dois dias depois, o Banco Central informou que bastaria Temer imprimir os seus extratos bancários e distribuí-los à imprensa.
No dia 10 – portanto, cinco dias após anunciar que distribuiria cópias de seus extratos à imprensa – alguns repórteres indagaram no Planalto quando teriam acesso a eles. A resposta da assessoria de imprensa de Temer foi que “não houve qualquer alteração na disposição em divulgar os extratos bancários. Assim que possível, serão divulgados”.
No dia seguinte, Temer declarou que “ia avaliar” com seu advogado se divulgaria ou não seus extratos.
Mais alguns dias, e soube-se que ele tinha feito “uma análise inicial de suas contas” e mostrara “preocupação com a divulgação à imprensa” por causa dos “valores pequenos”.
Seria a primeira vez que alguém, que teve o sigilo bancário quebrado, ficaria preocupado porque os valores em suas contas são “pequenos”.
Na quarta-feira, nove dias depois do anúncio de Temer, ele desistiu de divulgar os extratos à imprensa.
Uma dessas fontes do Planalto que sempre falam com a Globo News, declarou que Temer pretendia dizer que não podia divulgar os extratos para a imprensa porque “só o ministro Barroso poderia autorizar a divulgação, já que se trata de informações sigilosas”.
Alguém poderia perguntar, ao ouvir uma história dessas, se Temer é mais vigarista que imbecil ou mais imbecil que vigarista.
Como os extratos são das contas de Temer, sua divulgação, obviamente, não depende de autorização alguma, exceto a do próprio Temer. E não foi Barroso que anunciou a distribuição dos extratos para a imprensa.
Mas, disse outra “fonte”, o problema é que Temer “não tem como explicar gastos dos quais não se recorda”.
Como se o que ele não consegue explicar fosse o que não se recorda…
C.L.
Quem nomeia o ministro do STF é o chefe do executivo, tudo para que um regime seja montado. Se o STF quisesse, solicitaria diretamente ao banco da conta investigada, ingenuidade.
Foi isso o que o STF fez.