O movimento dos caminhoneiros cresceu ainda mais depois que o governo tentou dividir e manipular alguns dirigentes de entidades que estão à frente da greve. A proposta do governo não resolveu o problema porque não alterava a politica de reajustes diários de preços dos combustíveis, implementada por Pedro Parente, defensor das multinacionais, que ocupa a presidência da Petrobrás. Não está sendo necessário manter os bloqueios porque os caminhões estão parados nos acostamentos.
Carlos Alberto Litti, líder dos caminhoneiros, que se recusou a aceitar a manobra do governo na noite de quinta-feira, denunciou que a proposta não garantia a redução do diesel e defendeu a continuidade do movimento. A maioria absoluta dos caminhoneiros em todo o Brasil acompanhou a posição de Litti. O sindicalista, que é vice-presidente da CGTB, havia contestado os representantes do governo na reunião de negociação.
O ministro Eliseu Padilha atacou as posições de Litti na reunião e na entrevista coletiva e afirmou que ele estava isolado na defesa da continuidade do movimento. A realidade mostrou que quem está isolado é o governo Temer e seus ministros. Sem argumentos, vieram as ameaças de uso da violência, mas o movimento cresceu ainda mais. Inclusive várias categorias já anunciam a adesão à greve, como foi o caso dos petroleiros da baixada santista e outros. O país inteiro está apoiando a luta dos caminhoneiros e contra a política tresloucada de Pedro Parente. O atual presidente da Petrobrás já é conhecido por seu capachismo às multinacionais. Foi ele o responsável pelo apagão energético que afundou o governo FHC. Agora, para servir aos seu amos, ele está provocando a maior crise de desabastecimento da historia do país.
O governo insiste em manter a política de Pedro Parente de atrelar o preço dos combustíveis ao dólar e ao preço internacional do petróleo. O resultado disso é que os preços estavam tendo variações quase diárias sempre para cima e agravando violentamente a crise no setor de transportes no país. A pressão, feita pelo governo e pela mídia, de que os caminhoneiros aceitassem propostas que não alteravam essa politica não deu certo.
Os caminhoneiros perceberam que a crise continuaria porque os aumentos continuariam. Reduções de alguns impostos, além de prejudicarem a Previdência Social, no caso do Confins, e os Estados, no caso do ICMS, não resolveriam o problema. O que os caminhoneiros querem é a redução do preço do diesel e a garantia de que ele não vai voltar a subir no ritmo alucinante que vinha ocorrendo.
Abaixo reproduzimos a posição assumida pelo líder dos caminhoneiros, Carlos Alberto Litti e o ministro Padilha, no dia 24/05/2018 no Palácio do Planalto em Brasília:
Litti:”Eu não assino esse acordo, pois não atende nenhuma das nossas reivindicações e quem assinar está dando um tiro no pé”.
Padilha:”Então, o Sr, se retire daqui”
Litti:”Foi o sr. que me convidou. Se está me desconvidando eu vou embora sim, mas antes vou dizer o que acho disso tudo. Isso é uma enrolação, o governo não cedeu em nada, portanto não tem porque dar trégua nenhuma, a greve continua!”
Padilha:”Eu já sabia que você não ia assinar”
Litti :”Eu não assino e recomendo a meus companheiros de mesa a não assinar também, isso vai ser um tiro no pé. Não vai desmobilizar ninguém.
O resultado desse diálogo é que a greve continuou. Veja as principais reivindicações do movimento:
-Rever a política de preços da Petrobrás.
– Por uma redução substancial nos preços dos combustíveis.
– Por um piso mínimo de frete.
-Zerar o PIS e o Confins sobre o diesel.
Ouça mensagem de Carlos Alberto Litti, líder dos caminhoneiros, enviada de Brasília na manhã deste sábado, 26 de maio
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