Temer torna-se réu em duas denúncias aceitas pelo juiz Marcelo Bretas

Michel Temer, ex-presidente e vice-presidente de Dilma Rousseff por dois mandatos. Foto: Antonio Cruz - Agência Brasil

Duas denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco e outras doze pessoas foram aceitas pela Justiça. Numa delas, os crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro aconteceram pelos contratos para a construção da usina nuclear Angra 3.

As denúncias foram aceitas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, e envolvem o operador financeiro de Temer, João Batista Lima, entre outros.

De acordo com as denúncias, Temer comandava um esquema de propina nas obras da estatal Eletronuclear, criada para construir e gerir usinas termonucleares.

Na obra, foi contratada a empresa Argeplan, cujo dono é Batista Lima, laranja de Temer. Ou seja, o destino final do dinheiro envolvido no contrato eram as mãos de Temer.

Segundo o MPF, Michel Temer, Moreira Franco e outros quatro receberam, em meados de 2013, pelo menos R$ 1 milhão em propina da empresa ENGEVIX, representada por José Antunes Sobrinho.

As denúncias também demonstram que em contratos firmados com AF Consult Brasil, de origem finlandesa, houve o desvio de R$ 10,8 milhões. A empresa tinha como sócio um dos donos da Argeplan, Carlos Alberto Costa, e da ENGEVIX.

Consumado o roubo, o grupo ainda lavava o dinheiro a partir de contratos fictícios firmados entre empresas que comandavam. Isso aconteceu com pelo menos R$ 14,5 milhões. Além disso, mandavam o dinheiro para offshores sediadas na Suíça. No exterior mantinham pelo menos 15,5 milhões de francos suíços (equivalendo a quase R$ 60 milhões).

Na outra denúncia aceita por Bretas, eles vão responder pela contratação fraudulenta da empresa Alumi Publicidades, como forma de dissimular o pagamento de propina de cerca de R$ 1,1 milhão, de acordo com o MPF.

DENÚNCIA

Nesta terça-feira (2), o MPF também fez uma denúncia contra Michel Temer e sua filha, Maristela Temer, por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Batista Lima e sua esposa, Maria Rita Fratezi, foram acusados pelo mesmo crime.

A denúncia ocorre por conta das investigações de favorecimento de empresas do setor portuário a partir de um decreto que editou. O dinheiro recebido ilegalmente foi utilizado por Temer na reforma na casa de Maristela em São Paulo como forma de lavar o dinheiro.

Documentos provam que a reforma foi acompanhada pessoalmente por Lima e sua esposa.

Temer é alvo de dez inquéritos.

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