O Banco Central torrou com juros, em 2017, a quantia de R$ 400,8 bilhões (6,11% do PIB). Na nota para a imprensa, “Estatísticas Fiscais”, o resultado consolidado do setor público (Governo Central, governos regionais e as empresas estatais) demonstra o resultado do arrocho fiscal implementado por Temer/Meirelles, com a transferência criminosa de recursos públicos para os bancos. Só em dezembro, foram R$ 33,3 bilhões desviados para pagar juros aos bancos e demais rentistas.
Enquanto o setor financeiro registrou lucros astronômicos, como o espanhol Santander, que teve um líquido líquido R$ 7,99 bilhões no ano passado (um aumento de 44,5% em relação a 2016), os investimentos públicos (sem as estatais) desabaram 29,49% de janeiro a dezembro do ano passado. No mesmo período, o desemprego atingiu em média 13,2 milhões de trabalhadores em 2017, chegando a uma taxa média de 12,7%, a maior desde 2012.
O caos na saúde é evidente, assim como na segurança pública, só para citar alguns exemplos. A dotação orçamentária para a Saúde, de R$ 120 bilhões, 356 milhões e 456 mil, foi reduzida em R$ 17,108 bilhões. A Segurança Pública, de R$ 11,548 teve uma redução de R$ 2,378 bilhões.
A ciranda financeira que Delfim Neto criou e destruiu o Regime Militar, segue até hoje girando e, mandando o dinheiro do povo brasileiro, para quem não trabalha. Só especula e vive de renda, parasitando a todos. Até quando seguiremos vendo esta ciranda financeira, nos sentenciando à crise econômica e vivendo num país pobre?
De acordo com o Tesouro Nacional (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/relatorio-anual-da-divida), um quarto, aproximadamente, da dívida pública da União é o com a Previdência Social. Os restantes e igualmente impressionantes e danosos R$ 300 bilhões são distribuídos entre fundos de pensão e rentistas em geral.
Mas, quanto à Dívida Pública Federal (DPF), não é a Previdência que deve à União, mas esta que deve à Previdência, porque, para aumentar sua capacidade de financiamento – e porque o governo a obrigou – a Previdência comprou títulos públicos, ou seja, títulos da dívida pública. (O leitor, certamente, sabe disso. É apenas para deixar mais clara a questão.)