O ex-governador Ciro Gomes, candidato do PDT a presidente da República, defendeu a mobilização de todos os democratas contra o golpismo de Bolsonaro.
“Na cabeça delirante do Bolsonaro está sim a ideia do golpe. Nós, democratas, temos de estar absolutamente atentos e dizer que não aceitaremos o golpe. […] Tem de se mostrar para ele [Bolsonaro] que ele vai para a cadeia se ele fizer qualquer coisa que violente a Constituição”, afirmou o presidenciável durante entrevista no programa “Central das Eleições”, do canal pago GloboNews, na noite da quarta-feira (27).
“Veja, eu estou em todas as iniciativas, todas, em defesa da democracia, desde que eu entrei na luta política, eu venho do movimento estudantil, dos anos 70. Para mim a democracia é como o ar que eu respiro”, explicou.
O ex-governador disse que gostaria que o Brasil se livrasse “de um crápula como o Bolsonaro” no primeiro turno e ele disputasse o segundo turno com Lula, “num ambiente em que a democracia estaria pacificada”.
“Eu gostaria muito que o Brasil se livrasse do Bolsonaro já no primeiro turno. Seria bom para o Brasil que nós pudéssemos votar num segundo turno, num debate entre eu e o Lula, em que a democracia estaria pacificada, tranquilizada, e nós pudéssemos discutir o que aconteceu com esse maravilhoso povo para cair na mão de um crápula como o Bolsonaro”.
Ciro disse que vai acabar com a prática das emendas de relator, conhecida como ‘orçamento secreto’.
“Uma das gravíssimas tarefas que nós devíamos apalavrar nessas eleições – por isso o debate é fundamental – é restaurar a autoridade da Presidência da República brasileira que foi liquidada. A Presidência da República virou testa-de-ferro da mesma quadrilha. No meu governo, acaba a emenda do relator [o chamado orçamento secreto] no primeiro dia”, comprometeu-se.
Ele explicou que num eventual governo seu estabelecerá uma renda mínima financiada com um imposto sobre grandes fortunas.
“Proponho uma tributação, que está prevista na Constituição, sobre grandes fortunas, que estou especializando: 0,5% sobre patrimônios a R$ 20 milhões. Arrecadaria o suficiente para financiar essa renda com mais essas outras fontes, R$ 60, R$ 70 bilhões por ano. Isso atinge 58 mil contribuintes no Brasil, num país de 212 milhões – tal é a selvageria da concentração de renda no nosso país”, argumentou.
Sobre a segurança, Ciro defendeu um papel maior da Polícia Federal no combate ao crime e o fortalecimento da instituição. Ele criticou o baixo efetivo da corporação na atuação contra as organizações criminosas.
“A Polícia Federal de um país de 212 milhões, a Polícia Federal ter 11,6 mil pessoas trabalhando. Quase metade delas está atrás de mesa carimbando papel, fora da investigação, da repressão e da prevenção ao crime. Evidentemente, temos que redesenhar o aparato de segurança”, disse o candidato.
No campo da educação, o presidenciável do PDT disse que atuará para elevar a motivação do professor para que ele desempenhe bem suas funções na sala de aula. “Eu tenho que motivar o professor”, assinalou.
Ele reforçou o papel do ensino público e gratuito como alavanca de uma educação que contribua para o desenvolvimento do país e do povo brasileiro.
“O governo deveria concentrar o seu esforço em expandir o ensino público gratuito e fazer o esforço de qualidade para que o ensino não seja uma mentira cara e perigosa para a juventude. Essa é a meta”, observou.
Ciro defendeu ainda um projeto nacional de desenvolvimento respeitando o meio ambiente.
“O Brasil tem um lugar natural de líder da questão ambiental, da proteção do planeta, da reação urgente contra as condições que estão causando as mudanças climáticas. É natural do Brasil, porque temos aqui os biomas absolutamente exóticos, extraordinários à luz do mundo […] Então, o projeto nacional de desenvolvimento há de ser um projeto de desenvolvimento sustentável. Só que o meu desafio é transformar em coisas práticas no território e, no elemento antropológico, as pessoas”, justificou o pedetista.