O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente do Partido Pátria Livre (PPL), denunciou o desmantelamento da saúde pública brasileira, implementado pelo atual governo. “O SUS já sofria com um subfinanciamento crônico, agora, com a EC 95 de 2016 e o congelamento dos gastos sociais, a situação vai piorar” alertou o presidenciável.
João Goulart participa nesta sexta-feira, dia 27, do 12º Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), no Rio de Janeiro. No evento serão debatidos os caminhos para superar e crise do SUS. Os presidenciáveis apresentarão suas ideias para os participantes do congresso. João Goulart disse que pretende revogar o teto de gastos sociais. “Temos é que ampliar os investimentos”, destacou.
“Trinta anos depois de promulgada a Constituição de 88, que estabeleceu a saúde como um direito de todos e um dever do Estado, estamos longe de garantir ao povo esse preceito constitucional”, disse João Goulart. “O SUS foi uma grande conquista social que resistiu à onda neoliberal. Mas a tônica em pregar o Estado mínimo e cortar direitos sociais, que prevaleceu nos últimos governos, está destruindo essa conquista do povo”, acrescentou o filho de Jango. “Os recursos para a saúde são insuficientes. Hoje 80% da população depende do SUS, mas os recursos que vão para a saúde pública são menores do que os recursos movimentados pelo setor privado, que atende apenas 20% da população”, observou Goulart.
“Temos que ampliar os recursos para o SUS, investir pesadamente em atenção básica, nos médicos de família, construir um complexo industrial nacional na área da saúde. Esses são os desafios atuais, mas que já se delineavam na 3° Conferência Nacional da Saúde, conduzida por Wilson Fadul, durante o governo de meu pai”, lembrou o pré-candidato.
“Este governo só toma medidas que favorecem a medicina privada, como recentemente fez, ao obrigar os usuários de planos de saúde a pagarem, além do que já pagam, pelos exames e procedimentos. Ainda bem que o STF barrou essa medida absurda”, lembrou João Goulart Filho.
NILSON
No Encontro dos Assessores Econômicos dos presidenciáveis, realizado na UnB (Universidade de Brasília), o professor Nilson Araújo de Souza, representante de João Goulart Filho, defendeu que para superar a crise no país é necessário “acabar com o desemprego, remunerar adequadamente o salário mínimo e estimular o mercado interno”. “Não vamos administrar a crise. Temos que superar a crise e retomar o projeto de Nação de Jango. O ponto principal é o trabalho”.