Um forte temporal com ventos de 110 km/h atingiu a cidade do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira, e deixou seis pessoas mortas. A chuva acompanhada de ventania causou apagões, derrubou 170 árvores, alagou vias e fechou a Avenida Niemeyer. Um outro trecho da Ciclovia Tim Maia desabou.
Duas pessoas foram soterradas dentro de um ônibus na Avenida Niemeyer, em São Conrado, onde um deslizamento de terra e queda de árvores atingiram dois ônibus, fechando as pistas nos dois sentidos. Outra morte ocorreu no Morro do Vidigal, também em São Conrado. Outras três mortes já havia sido confirmadas: duas em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste, e outra na Rocinha, na Zona Sul.
Em Barra de Guaratiba, morreram mãe e filho: Isabel Martins da Paz, de 56 anos, e Mauro Ribeiro da Paz, de 33. Outras duas pessoas da mesma família seguem internadas no Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste: Áureo Ribeiro da Paz, de 64 anos, marido de Isabel, e Arthur M. da Paz, de 34, filho do casal. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, o estado dos dois é estável.
O acidente e o deslizamento na Niemeyer também fizeram com que parte da Ciclovia Tim Maia caísse no mar, o novo desabamento foi causado por uma árvore que caiu do morro, arrastando terra, e atingiu a ciclovia. A queda anterior havia sido causada por uma onda que atingiu a estrutura. A via permanece interditada nos dois sentidos.
Na estrada da Barra da Tijuca, no Itanhangá, na Zona Oeste, a queda de um muro interdita a pista no sentido Alto da Boa Vista.
A Rocinha, na Zona Sul, foi um dos locais mais atingidos pelo temporal. O volume de água que desceu pelas ruas e vielas da comunidade arrastou carros.
Por causa das mortes, o prefeito da cidade, Marcelo Crivella decretou luto oficial de três dias no município do Rio. A cidade permanece em estágio de crise, segundo o Centro de Operações Rio (COR), com possibilidade de chuvas ainda nesta quinta-feira.
“Em duas horas, choveu o que deveria chover o mês inteiro. Os ventos, de 116 km/h, são os ventos mais baixos de um tufão. É sempre muito lixo, na época da chuva cai muita terra. Há, talvez, subdimensionamento das redes pluviais. O Jardim Botânico precisa ter um reservatório como o da Praça da Bandeira, para que isso não ocorra mais”, afirmou.