
Representante dos trabalhadores do Metrô de SP denuncia que “terceirização é responsável por choques de trens e descarrilamentos”
Wagner Fajardo, representante eleito dos funcionários do Metrô de SP, ex-coordenador-geral do sindicato, afirmou que após terceirizações na CPTM, “caiu a qualidade do serviço e, como consequência, da segurança. Nas linhas 8 e 9 da CPTM já assistimos vários descarrilamentos e choques de trens”, aponta.
O conselheiro eleito revelou que votou contra a proposta de revisão orçamentária para 2023 e orçamentária para 2024, “porque significavam mais redução de custos, da qualidade e da segurança”. Para o dirigente, “o instrumento usado no enxugamento dos custos é a terceirização de atividades dos metroviários, ou, mais concretamente, a precarização dos postos de trabalho”. Fajardo registrou seu repúdio à terceirização da manutenção preventiva dos trens da linha 15.
O crescimento da preparação da greve para o último 15 de agosto fez o governo Tarcísio de Freitas adiar por 45 dias a terceirização do Pátio de Manutenção. A assembleia da categoria, realizada dia 14, decidiu, por ampla maioria, manter a mobilização e o estado de greve.
O governador de São Paulo manifestou a intenção de privatizar o Metrô, a CPTM e a Sabesp. Camila Lisboa, presidente do sindicato, esclareceu que o principal alvo da greve foi a publicação do edital que prevê a terceirização dos serviços de manutenção dos trens da linha prata, prevendo o pregão para 28 de agosto”. “O sentido é a luta é contra a privatização do Metrô”, completou.
Segundo o sindicato, “em 1990 o Metrô transportou 1,5 milhão de passageiros por dia e contava com 10 mil trabalhadores. Hoje, transporta 4 milhões e a quantidade de trabalhadores caiu para 8.500”.
O sindicato está em campanha por mais contratações, com a abertura de concurso público, “para a garantia da qualidade e da segurança”. Segundo o sindicato, “em 1990 o metrô transportou 1,5 milhão de passageiros por dia e contava com 10 mil trabalhadores. Hoje, transporta 4 milhões e a quantidade de trabalhadores caiu para 8.500”. Evidentemente, a principal consequência é o comprometimento da segurança.
O arquiteto e urbanista Alex Sartori, do canal “De que são feitas as cidades?”, em matéria publicada no HP, dia 21 de julho, disse: “imagina uma empresa (Linha Amarela do metrô de SP) que em dois anos aumentou o lucro em 474%, mesmo com a venda de bilhetes caindo 27%, o que representou um lucro de R$ 1 bi em 2021. Enquanto isso, as linhas estatais acumularam um prejuízo de mais de R$ 1 bi. Em 2022, a Linha Amarela recebeu R$ 4,45 por passageiro e o metrô estatal recebeu R$ 0,36. Até 2019, o metrô estatal recebia mais de R$ 1bi. Em 2022, recebeu menos de R$ 300 mil, transportando cinco vezes mais passageiros do que a linha amarela”, denunciou.
CARLOS PEREIRA