
O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) denunciou em seu site o calote sofrido pelos trabalhadores terceirizados da Sabesp que, conforme a entidade, já se tornaram recorrentes.
“Mais uma vez, trabalhadores e trabalhadoras terceirizados da Sabesp são jogados à própria sorte, vítimas do descaso e da irresponsabilidade das empreiteiras contratadas”, afirma o sindicato.
O Sintaema cobra a fiscalização da Sabesp, que é a responsável pelos contratos com as terceirizadas. “O mínimo que se espera é a garantia de que os direitos trabalhistas serão respeitados e que os contratos não sejam firmados com empresas que dão calote e desaparecem da noite pro dia”, afirma a entidade.
O Sintaema denuncia a empresa GMF, que encerrou o contrato com a Sabesp de Tupã e Adamantina, deixando dezenas de trabalhadores sem receber suas verbas rescisórias.
Segundo o sindicato, as demissões ocorreram em maio, e até agora nada foi pago.
“A rescisão estava marcada para o dia 10 de junho, mas não foi cumprida. Supervisores da empresa alegaram ‘problemas’ e informaram que o pagamento das verbas aconteceria apenas em 1º de agosto — um completo desrespeito com quem dedicou seu trabalho por anos”, diz a entidade.
O sindicato denuncia ainda que tentando dar mais um golpe nos trabalhadores, “a empresa afirma que o FGTS e a multa de 40% já teriam sido depositados na Caixa Econômica Federal”. Conforme o Sintaema, os trabalhadores foram até a agência bancária e “se depararam com os saldos zerados”.
“Mais um calote vergonhoso, com a conivência de quem deveria fiscalizar: a Sabesp”, afirma o sindicato.
O sindicato diz ainda que no lugar da GMF, a empresa que assumiu, a TELL, com sede na Bahia, “já chegou trazendo horários reduzidos, menos dias de serviço na semana e salários ainda menores”, gerando “insatisfação generalizada”.
Para o sindicato, enquanto a Sabesp anuncia bilhões em investimentos na mídia – e não na melhoria das condições e nem com contratações diretas – “trabalhadores seguem sendo explorados, empresas caloteiras entram e saem do sistema sem nenhum controle sério, e as condições de trabalho se degradam rapidamente”.