Polícia cumpriu mandatos de prisão, busca e apreensão na terça-feira (31)
A Polícia Civil do Rio de Janeiro fez uma operação na terça-feira (31) para cumprir mandados de prisão, busca e apreensão contra um dos principais suspeitos do atentado terrorista contra a sede do grupo Porta dos Fundos.
Os policiais fizeram buscas em quatro endereços: dois residenciais e dois comerciais. O suspeito foi identificado como Eduardo Fauzi Richard Cerquise, conforme o delegado titular da 10ª Delegacia de Polícia (Botafogo), Marco Aurélio de Paula Ribeiro.
“Estamos à procura do investigado, as provas foram produzidas, a prisão foi decretada pela Justiça baseada nas provas que obtivemos e as diligências continuam no intuito de localizá-lo. Nos endereços que ele declara como de residência, não foi encontrado”, disse o delegado.
Em um dos endereços de Eduardo Cerquise foram apreendidos R$ 119 mil em dinheiro, munição, computadores, um simulacro de arma e uma camisa de entidade “filosófico-política”, segundo a polícia.
O principal acusado de atacar a sede do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi Richard Cerquise, é filiado ao PSL desde 2001. Segundo Polícia, ele possui mais de 15 anotações criminais, sendo que em 12 ele é apontado como autor. Cerquise é presidente da Frente Integralista Brasileira (FIB) no Rio de Janeiro, conforme está no próprio site da FIB.
Durante a operação, como o acusado não foi encontrado, o delegado disse que ele é considerado foragido, mas ainda não é o caso de inclusão do nome dele na lista vermelha da Interpol
Ele foi identificado por meio do monitoramento dos veículos usados no ataque ao Porta dos Fundos. Três pessoas participaram do ataque registrado por câmeras de segurança da região. Eles desceram de uma caminhonete e de uma motocicleta e atiraram coquetéis molotov contra a sede do Porta dos Fundos.
“O autor identificado sai de um dos veículos durante a fuga e pega um táxi. Foi expedido um mandado de prisão temporária de 30 dias contra ele, que, no decorrer das investigações, pode ser renovado”, afirmou Marco Aurélio Ribeiro. O delegado acrescentou que as investigações continuam com o objetivo de localizar e identificar os outros autores do ato terrorista.
“Nenhuma linha de investigação está sendo descartada. Estamos apurando se é um ato isolado ou se há ligação com alguma entidade. As peças periciais estão sendo produzidas”, disse.
Segundo Marco Aurélio, o terrorista tem um perfil violento. “Ele tem livros ligados à religião cristã, ao islamismo, esses dados foram obtidos hoje durante a busca e apreensão. Ele é empresário, classe média alta. Esse é o perfil traçado nas diligências a partir de hoje. Essa investigação está só no seu início. Devemos identificar os demais [acusados] que praticaram os atos no dia dos fatos”, afirmou Ribeiro.
O terrorista tem outras acusações por agressão e ameaças, inclusive uma pela Lei Maria da Penha e a situação dele, segundo o delegado, se agrava por ter antecedentes criminais.
“[Se] agrava porque se ele está respondendo processo em liberdade e comete outros delitos, provavelmente, e isso é uma decisão da Justiça, se irá prorrogar a liberdade provisória ou se decreta a sua prisão novamente nesse processo”, assinalou.
Relacionadas: