
A Polícia Civil do Distrito Federal identificou que o homem que ajudou o terrorista George Washington de Oliveira Souza a armar uma bomba em um caminhão com combustíveis, em Brasília, se chama Alan Diego dos Santos Rodrigues e já fugiu da capital.
Alan foi citado por George Washington em seu depoimento à polícia. A identidade de um terceiro terrorista, também citado por George, não foi divulgada pela Polícia Civil para não atrapalhar as investigações.
Alan Diego dos Santos Rodrigues é eletricista e está há quatro semanas fazendo postagens que registram sua participação nos atos golpistas em Brasília. Ele até fez um “destaque”, que é como um álbum de fotos, em seu Instagram sobre o tema.
Ele tem fotos ao lado do senador Magno Malta (PL-ES) e dos deputados Daniel Silveira (PTB-RJ) Zé Trovão (PL-SC), que são investigados por ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e defender um golpe, entre outros.
Há duas semanas, o bolsonarista postou uma foto segurando um revólver e usando roupa com camuflagem militar.
No dia 24 de dezembro, quando a bomba foi instalada no caminhão com combustível, Alan postou uma foto de um leão com a mensagem “patriotas, tá chegando a hora”. Desde então, não publicou mais nada.
A Polícia Civil está no seu encalço.
Alan dos Santos, George Washington e mais um bolsonarista participaram do atentado terrorista que não funcionou porque o motorista do caminhão percebeu a presença da caixa com explosivos.
Segundo George Washington, em seu depoimento à Polícia Civil, o plano era gerar o “caos” para que Jair Bolsonaro decretasse um “estado de sítio”, provocando uma “intervenção das Forças Armadas”.
Ele afirmou à Polícia Civil de Brasília que já teria gastado cerca de R$ 160 mil na compra de pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições desde que obteve licença como CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador).
Ele confessou, também, que pretendia distribuir armas e munições para os apoiadores de Jair Bolsonaro, que estão acampados em frente ao Quartel-General do Exército (QG).
O terrorista ainda tinha planos da instalação de explosivos em postes próximos a uma subestação de energia em Taguatinga, cidade do Distrito Federal.
No apartamento em que o terrorista estava, em Brasília, a polícia apreendeu duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de cartuchos de munição e uniformes com camuflagem. Além disso, foram encontradas cinco emulsões explosivas.
“O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’”, disse o bolsonarista.
George Washington está no Complexo Penitenciário da Papuda, sob prisão preventiva, ou seja, sem prazo para terminar.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, lembrou que o crime de terrorismo é inafiançável, imprescritível e insuscetível de anistia. “A Constituição será cumprida”.
“Todas as conexões serão esclarecidas. Não se trata do chamado lobo solitário. Há gente poderosa financiando isto, e a polícia vai apurar passo a passo quem forneceu essas armas, onde ele obteve os explosivos. Não é uma ação individual, e nós não vamos permitir que esse terrorismo político se instale no Brasil”, apontou.
Jair Bolsonaro nada comentou, preferindo o silêncio sobre o atentado que visava mantê-lo no poder.